Cerca de 150 mil restaurantes podem fechar no Brasil
Cerca de 150 mil bares e restaurantes brasileiros podem não resistir à crise imposta no Brasil. O levantamento é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel, feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. A pesquisa da entidade também detectou que um a cada seis empresários do ramo considera fechar o negócio ou repassar o ponto caso a instabilidade continue nos próximos meses. Para o deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), o setor deve continuar enfraquecido enquanto o atual governo se mantiver no poder.
“Enquanto esse governo não se define, não se resolve, o Brasil hoje não tem presidente. Está entre dois governos. O que vai sair e o que vai entrar. Não tem perspectiva de melhora no quadro como está hoje. Ou esse governo acaba de uma vez e começa um novo, porque o mercado vê que esse governo que tá aí que tá acabando, não tem legitimidade para poder tocar mais dois anos e meio de governo nesse sentido”, disse.
Há um ano Luciene Kaipper, de 53 anos, abriu um restaurante de comida mediterrânea em Brasília. O restaurante deu muitos lucros no início, mas a partir do segundo semestre do ao passado a empresária começou a sentir o baque da crise. Ela conta que precisou cortar gastos e até reduzir o quadro de funcionários.
“No início do ano tivemos que demitir. Agora estamos com o quadro de funcionários muito reduzido exatamente para tentar enfrentar essa crise. Porque a crise tá pegando para todo mundo. É uma contenção de gastos que as pessoas estão fazendo porque não estão confiando que o país vá se reerguer tão fácil, não sabem o que vai acontecer daqui seis meses. Então, o que a gente precisa agora, na nossa visão: a gente tá tentando se segurar reduzindo custos, e tentando manter o estabelecimento aberto. A gente tenta sobreviver cortando na própria carne o máximo possível”, afirmou.
O baque nas finanças vem acontecendo desde o ano passado. A tarifa de energia elétrica, uma despesa básica, subiu mais de 50%. Taxa de água e esgoto e alimentos também ficaram mais caros.