Cerveró afirma que Dilma mentiu sobre compra da refinaria de Pasadena

Delator contou aos investigadores “que Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena”

Acompanhe - 03/06/2016

Nestor-Cervero-presta-novo-depoimento-na-CPI-da-Petrobras-Foto-Wilson-Dias-Agencia-Brasil201409100011O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, em delação premiada tornada pública nesta quinta-feira (2), que a presidente afastada Dilma Rousseff mentiu ao dizer que aprovou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por não saber da existência de cláusulas que causaram prejuízos à Petrobras. A aquisição foi feita em 2006, quando a petista era presidente do Conselho Administrativo da Petrobras.

Como destaca matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta sexta, a íntegra da delação revela que Cerveró contou aos investigadores “que Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena”. Para o deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP), as revelações feitas na delação premiada apenas ratificam o que já se sabia sobre as práticas petistas a frente da estatal.

“Isso vem comprovar aquilo que a gente já falava na campanha de 2014 e que, acima de tudo, durante os trabalhos a CPI da Petrobras, a gente pôde observar. Havia um núcleo político atrás de todo o esquema do petrolão. Um núcleo comandado por Lula e Dilma”, frisou o tucano.

Preso desde janeiro do ano passado, o ex-diretor da Petrobras também declarou “que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo”. A afirmação é uma referência ao argumento utilizado por Dilma de que o resumo apresentado por Cerveró ao Conselho Administrativo da estatal não continha informações sobre as cláusulas.

Ainda segundo a delação de Cerveró, a petista teria agido para tirar da prisão o ex-senador Delcídio Amaral e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. O delator contou aos investigadores que Delcídio chegou a afirmar que Dilma “cuidaria dos meninos”. Cerveró também revelou que Graça Foster, então presidente da petrolífera, disse a ele que estava lá para “defender Dilma”.

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03/06/2016