Clientes menos privilegiados da Bancoop ainda esperam seus imóveis, revela revista

Quando a cooperativa quebrou, em 2006, deixou quinze obras inacabadas. Dessas, oito foram repassadas para a OAS. Localizados em diferentes bairros de São Paulo, três empreendimentos foram deixados pela OAS incompletos e com sinais de abandono.
A empreiteira, desde que foi denunciada pelo escândalo de corrupção na Petrobrás, alega não ter dinheiro para terminar as obras iniciadas, segundo matéria publicada neste domingo (7) pela revista Veja.
Hoje, aproximadamente 500 ex-cooperados da Bancoop nunca receberam seu apartamento da OAS e brigam na Justiça para não perdê-lo. Situação diferente da do ex-presidente Lula e sua família, com o tríplex no Guarujá, no litoral paulista.
Em 2010, o Ministério Público descobriu o que a levara a Bancoop à falência. As investigações da contabilidade da cooperativa revelaram práticas assustadoras. Entre elas, extratos bancários indicavam volumes milionários de saques em dinheiro feitos por meio de cheques emitidos pela Bancoop a si mesma ou ao seu banco. Outros cheques mostravam de forma mais clara os seus destinatários: dirigentes da cooperativa, os cofres do diretório nacional do PT e até um ex-segurança do então presidente Lula, Freud Godoy, envolvido no escândalo dos “aloprados”.
A conclusão do MP foi que dirigentes da Bancoop haviam usado o dinheiro dos cooperados para financiar campanhas eleitorais de candidatos do PT, repassando valores para empresas de fachada que faziam “doações oficiais” aos seus comitês eleitorais.
João Vaccari Neto está entre os diretores denunciados pelo MP à justiça. O ex-tesoureiro do PT, réu no processo do Petrolão, responde no caso da cooperativa por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O MP investiga se houve irregularidades na transferência da Bancoop para a OAS.