Construtora OAS pagou R$ 1,3 milhão para armazenar bens do ex-presidente Lula

Informações embasaram o pedido do Ministério Público Federal de busca e apreensão da Operação Aletheia

Acompanhe - 05/03/2016

AC_Lula_Congresso_Nacional_Juventude_20112015_005Brasília (DF) – As investigações da Operação Lava Jato revelaram que a construtora OAS pagou R$ 1,3 milhão para armazenar bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por quatro anos. Também existem indícios de que o petista teria simulado contratos de palestras para receber dinheiro da empreiteira. As informações embasaram o pedido do Ministério Público Federal de busca e apreensão da Operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jato.

Segundo reportagem publicada neste sábado (05/03) pelo jornal Folha de S. Paulo, a OAS pagou à empresa Granero pela armazenagem de parte da mudança de Lula após deixar a Presidência, entre janeiro de 2011 e janeiro deste ano. A negociação foi intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. De acordo com o MPF, contrato referia-se aos bens como se fossem da OAS, e não de Lula, para “ocultar a origem e natureza da vantagem indevida”.

A investigação apura também inconsistências nos acordos assinados para palestras no exterior e a falta de comprovação de que os seminários foram realizados. Uma das palestras citadas foi em Santiago, no Chile, marcada para 27 de novembro de 2013. O valor pago foi de US$ 200 mil. Uma troca de e-mails entre executivos da OAS, no entanto, apontou que o contrato com a LILS Palestras Eventos e Publicações, empresa de Lula, foi criado apenas no dia 7 de janeiro de 2014, “portanto, em momento posterior à suposta realização da palestra”.

A LILS Palestras recebeu, de acordo com o MPF, R$ 21.080.216,67 entre 2011 e 2014. Desse montante, R$ 9.920.898,56 vieram dos cofres da Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, todas investigadas pela Operação Lava Jato.

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05/03/2016