Consumidores pagam tarifas mais caras nos bancos em razão da crise no governo Dilma
A estratégia adotada pelos bancos para enfrentar os efeitos da recessão na economia brasileira atinge em cheio o bolso dos consumidores. As instituições financeiras aumentaram o faturamento de tarifas em busca do aumento das suas receitas, mas isso significa o repasse de serviços mais caros para o consumidor – que paga o preço pelos erros cometidos na política econômica adotada pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
As reclamações de clientes sobre os reajustes de tarifas bancárias sem explicação só aumentam, seja nas redes sociais ou em outros canais de comunicação com os bancos. Uma pesquisa feita pela agência de classificação de risco Austin Rating justifica a multiplicação das queixas. A análise mostra que as receitas com tarifas subiram 14,1% entre 2014 e 2015, considerando os cinco maiores bancos do país, de R$ 26,1 bilhões para R$ 29,8 bilhões. As informações são da matéria publicada hoje (26) pelo jornal O Globo.
De acordo com um levantamento feito pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), o consumidor está menos disposto a se endividar. No total, 82% dos brasileiros não têm planos de contratar empréstimos, o que afeta diretamente o lucro dos bancos.
A concessão de crédito também diminuiu. Dados do Banco Central (BC) mostram que os recursos livres, que consideram todas as linhas de financiamento ao consumo, encolheram 3,5% entre 2014 e 2015. Este ano, as novas concessões de crédito já recuaram 5,3%.
O analista da Austin Rating Luis Miguel Santacreu afirmou ao jornal que há realmente uma tentativa de aumentar a receita com tarifas. Além disso, o forte aumento de 44,6% das provisões contra inadimplência (de R$ 71,4 bilhões em 2014 para R$ 103,2 bilhões em 2015) é outro fator que, além de demonstrar que o risco de inadimplência aumentou, afeta o ganho das instituições financeiras.