“Conversa de Dilma sobre golpe não pega mais”
Aloysio: “A presidente tem uma vocação para tentar encobrir a realidade, ela volta à cantilena do golpe”
Brasília – O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) usou a tribuna nesta segunda-feira (26) para criticar a entrevista da presidente Dilma Rousseff à rede americana CNN.
No programa GPS, gravado em 25 de setembro passado e levado ao ar no último domingo, Dilma voltou a chamar de “golpe” da oposição a discussão sobre impeachment.
“A presidente tem uma vocação para tentar encobrir a realidade, ela volta à cantilena do golpe”.
Na opinião do tucano, Dilma transmitiu ao público americano uma ideia constrangedora de que o Brasil é uma República das bananas.
“Os norte-americanos sabem que o impeachment, embora não seja um recurso trivial, é algo previsto na Constituição daquele país tanto quanto no nosso”.
Aloysio Nunes lembrou do caso Watergate (rede de espionagem para sabotar o Partido Democrata), que levou à renúncia do então presidente Richard Nixon em 8 de agosto de 1974.
Ele também mencionou o processo de abertura de impeachment contra os ex-presidentes Bill Clinton por uma série de razões, entre elas abuso de poder e obstrução da justiça e Fernando Collor de Mello por corrupção.
O senador pelo PSDB de São Paulo recordou ainda que o PT protocolou uma dezena de pedidos de afastamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
“Em nenhum momento, se disse que estavam em jogo as instituições da democracia brasileira. Essa é uma conversa que não pega mais”.
Pedaladas do Lula
Por outro lado, o ex-presidente Lula repete um discurso típico de políticos que apostam tudo na demagogia, como o que justificou o uso das chamadas pedaladas fiscais para dar continuidade a programas sociais.
Reportagem publicada na Folha de S.Paulo contraria o ex-presidente. De acordo com o jornal, cerca de 35% dos valores envolvidos nas manobras cometidas pelo governo federal estão relacionados a financiamentos subsidiados para empresas e produtores rurais de médio e grande porte.
Segundo o Tribunal de Contas das União (TCU), as pedaladas retiraram indevidamente R$ 40 bilhões da dívida pública. Desse montante, cerca de R$ 14 bilhões foram referentes a empréstimos a grandes empresas e médios e grandes proprietários rurais.
“Quando vejo que, na verdade, este festival de gastança e de irresponsabilidade beneficiou fundamentalmente aqueles que detêm o capital no Brasil, é que eu me fortaleço ao compartilhar aquela apreciação feita por [Leonel] Brizola dos governos do PT: ‘São como galinhas que cacarejam para a esquerda, mas botam ovos para a direita’”.