Correios refletem a má qualidade da gestão petista
Governo está colocando a perder uma estatal que era orgulho do brasileiro
Governo está colocando a perder uma estatal que era orgulho do brasileiro
Brasília (13) – Símbolo de eficiência e confiabilidade durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), segundo o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), passou a reproduzir nos dois mandatos do PT o que existe de pior na administração pública.
“Observa-se uma verdadeira privatização da estatal, que está à mercê de partidos da base de apoio ao governo e do próprio PT”, afirma o deputado. “A onda de denúncia e corrupção envolvendo os Correios reflete a má qualidade da gestão do PT e o descalabro do ponto de vista financeiro, administrativo e, sobretudo ético e moral.”
A crise instalada na estatal – que vem desde o mensalão, em 2005 – parece interminável. Num novo capítulo, a Master Top Linhas Aéreas, uma das empresas responsáveis pela entrega de correspondência e pivô do escândalo que derrubou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, passa por uma crise financeira e não cumpre seus compromissos com a estatal e com o usuário.
A empresa aérea é investigada pela Polícia Federal no episódio de renovação da sua concessão de voo, negócio supostamente intermediado por Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice. Israel teria recebido propina para conseguir a renovação da permissão da MTA junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
De acordo com o jornal O Globo, o presidente dos Correios, David José de Matos, confirmou os problemas da MTA, nessa terça-feira, e disse que a contratação de concorrentes para substituí-la representará novos custos aos cofres da União, mas não soube informar os valores adicionais da operação. Para entregar encomendas, os Correios compram, a preços mais altos, espaço em aeronaves concorrentes, por meio de licitações diárias.
Pannunzio relembra que houve alteração no contrato de prestação de serviços firmado entre a empresa aérea e a estatal. “As aeronaves deveriam prestar serviços exclusivamente aos Correios, mas as cláusulas do contrato foram alteradas, a fim de beneficiar a companhia”, critica. Mesmo assim, a transportadora não honra seus compromissos.
Em função da série de denúncias, o governo estaria estudando demitir a cúpula da estatal, indicada há pouco tempo pela ex-ministra da Casa Civil, mas não o teria feito por causa do impacto da decisão na candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.
Uma parte acha que as demissões devem ocorrer imediatamente. Outra parte considera melhor esperar o fim do segundo turno. Para Pannunzio, a indecisão só comprova o loteamento político da estatal nos últimos anos. “As denúncias vieram e o governo não tomou medidas. O PT está pondo a perder uma estatal que era orgulho do povo brasileiro”, condena.