CPI do BNDES: Baldy questiona a diretores sobre políticas de concessão de empréstimos
O deputado federal Alexandre Baldy (PSDB-GO) questionou aos diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) se a instituição realiza estudos dos impactos dos econômicos e sociais dos investimentos a serem realizados. O diretor das áreas de Infraestrutura e Insumos Básicos, Roberto Zurli Machado, e o diretor das áreas Industrial, Capital Empreendedor e Mercado de Capitais, Júlio Ramundo, prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as atividades do banco nos anos de 2003 a 2015, nesta terça-feira (22).
Um dos autores do requerimento de convocação, Baldy afirma que é primordial que o banco avalie qual impacto econômico que os investimentos trazem em geração de empregos e efeitos de mercado e citou o exemplo de Goiás. “A concentração dos investimentos do BNDES na cadeia frigorífica de empresas selecionadas em Goiás foi prejudicial ao produtor rural de toda região. O banco deveria saber das consequências que a concessão de empréstimos causaria”, alegou.
Baldy questionou se a decisão do BNDES em criar as supercampeãs, como a Oi Telecomunicações e JBS foi uma visão política. Júlio Ramundo negou que o BNDES tenha optado, a partir do Governo Lula, priorizar os financiamentos para criação de “campeões nacionais”. “O que houve foi uma política de fortalecimento das empresas brasileiras, de sua política de internacionalização”, disse Ramundo.
O deputado, que é sub-relator da CPI questionou sobre o empréstimo concedidos à Refinaria Abreu e Lima, o qual a estimativa inicial era de U$ 2 bi de dólares, mas o banco autorizou posteriormente o financiamento de cerca de R$ 10 bilhões de reais, “mesmo após todos os escândalos de corrupção que assolaram a empresa”. Os diretores alegaram que os fatos não prejudicam a possibilidade da empresa honrar com as parcelas. Baldy afirmou, ainda, que tem dúvidas sobre a possibilidade da Petrobras ser capaz de pagar os financiamentos. “A Petrobras sofre dura crise financeira, duvido muito que honrará com seus débitos junto ao banco”, apontou.
A CPI já ouviu o presidente do banco, Luciano Coutinho; o vice-presidente Wagner Bittencourt de Oliveira, e ex-presidentes da instituição. Na próxima terça-feira (29) haverá a oitiva do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. A partir daí, a CPI deverá ouvir pessoas convidadas ou convocadas com base em requerimentos de membros do colegiado.
*Da assessoria de imprensa