Crise brasileira é fator de risco para a América Latina, avalia o FMI

Acompanhe - 16/04/2016

economia_ilustracao-5Brasília (DF) – A crise política, econômica e social que paira sobre o Brasil é um fator de risco para toda a América Latina, de acordo com avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, o crescimento menor que o esperado da China, a baixa nos preços das commodities e “uma deterioração ainda maior da situação do Brasil” contribuem para aumentar a vulnerabilidade de toda a região.

Reportagem deste sábado (16/04) do jornal O Estado de S. Paulo revela que, além de travar o crescimento dos países vizinhos, o Brasil continua a prejudicar os números globais da região. Sem o Brasil, Argentina, Equador e Venezuela, o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina poderia ter crescido 2,9% no ano passado e 2,6% neste ano. Quando os quatro países são incluídos, o resultado é negativo: contração de 1,4% em 2015 e perspectivas de um PIB 2% negativo em 2016.

Em relatório, o FMI destacou que o Brasil está mergulhado em “uma das mais fundas recessões de sua história”. O fundo avaliou que a contração da economia brasileira é causada “por uma combinação de desacertos nas políticas, fragilidades macroeconômicas e problemas políticas”. O órgão também acrescentou que a deterioração das contas públicas e o aumento da dívida “influíram fortemente no colapso da confiança no País”.

“As perspectivas começarão a ser mais promissoras somente quando essas incertezas forem resolvidas e as questões fiscais forem abordadas”, considerou Alejandro Werner.

Na contramão do Brasil, a maior parte dos países latino-americanos continua em crescimento, embora mais moderado por conta do cenário mundial. O México terá um crescimento previsto de 2,4% neste ano, e tem acompanhado a recuperação dos Estados Unidos. No Chile, a taxa de expansão esperada é de 1,5%, e no Peru, de 3,7%. A Colômbia estima um crescimento de 2,5%. Vale ressaltar que todos esses países foram afetados pela mudança das condições externas, com a redução dos preços de seus produtos de exportação.

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16/04/2016