Crise econômica: Brasil perde para Argentina a preferência dos EUA em parcerias comerciais

Acompanhe - 04/05/2016

economia_ilustracao-2Brasília (DF) – O pessimismo nacional e internacional em relação à economia brasileira contrasta com os elogios que vem sendo recebidos por alguns países da América Latina, em especial a Argentina. Uma das principais integrantes da equipe econômica do presidente Barack Obama, a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker, classificou a crise econômica brasileira como “muito desafiadora”, e avaliou que não deverá ser resolvida rapidamente.

“Nós estamos vendo as implicações que a corrupção pode ter sobre um país e tão rapidamente. É desestabilizador”, afirmou, durante a Conferência sobre as Américas, realizada nesta terça-feira (03/05) em Washington. “Nossa esperança é que eles possam atravessar isso e lidar com o escândalo, mas parece que vai levar tempo. Não parece que vão virar a página logo”, disse. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante das turbulências econômicas causadas pelos equívocos da gestão da presidente Dilma Rousseff, a secretária de Comércio dos EUA deixou claro que o Brasil perdeu a preferência de novas parcerias comerciais com Washington para a Argentina do presidente Maurício Macri.

Penny Pritzker não poupou elogios à política econômica de Macri, que desde que assumiu em dezembro já promoveu o corte de gastos públicos, a unificação do câmbio e a diminuição das tarifas sobre exportação. “O seu compromisso para transformar a economia é extraordinário”, destacou.

E observou: “Eles têm o potencial de desempenhar um papel de liderança, especialmente no momento em que os vizinhos estão tendo vários problemas”.

A secretária norte-americana acrescentou ainda que existem duas visões “concorrentes” nas Américas: uma que reúne os países que optaram pela abertura comercial, entre eles a Argentina, e do outro lado as nações do Mercosul, entre as quais o Brasil, que priorizaram políticas protecionistas. “Não há comparação em relação ao crescimento. O crescimento está nos países que abraçaram uma concepção de futuro aberta, engajada e orientada ao comércio e à globalização”, completou.

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04/05/2016