Crise econômica: empresas brasileiras renegociam bilhões em dívidas no exterior
As empresas brasileiras estão renegociando mais de US$ 24 bilhões em dívidas com bônus emitidos no exterior. Esse é o maior volume de débitos de reestruturação de empresas em um único país, como consequência da crise econômica instalada pelo governo Dilma Rousseff. O valor também corresponde a mais de 10% do total de US$ 224 bilhões de companhias brasileiras em circulação no mercado, como revela reportagem publicada nesta terça-feira (10) pelo jornal Estado de S. Paulo.
Os dados são da Dealogic, que compila dados sobre a atividade de mercado de capitais, projetos de finanças e empréstimos. Os analistas da entidade indicam que o efeito dessa onda de renegociações pode ser equivalente ao ocorrido no Brasil na década de 1980, quando o país demorou anos para retomada da confiança e para acesso ao dinheiro mais cobiçado e barato no exterior, o dos fundos de pensão e das seguradoras.
Para o deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), o endividamento das empresas pode comprometer o sistema econômico brasileiro.
“É reflexo do momento construído pelo governo petista. A questão cambial fica desfavorável para quem obteve crédito em dólar e a tendência, com todas essas instabilidades, é nossas dívidas ficarem cada vez mais difíceis para serem quitadas e as empresas inclusive obterem novos créditos com alto grau de endividamento em moeda estrangeira. Portanto, é sintomático, é complexo e demonstra todo o comprometimento do nosso sistema produtivo.”
Paulo Martins aponta que um próximo governo brasileiro deve focar na redução dos custos para recuperar a estabilidade econômica.
“Se esse novo governo não tomar medidas para que se torne situações objetivas, só a confiança não vai bastar. A confiança se torna desconfiança e a economia vai continuar patinando. O que o novo governo precisa fazer é retomar, aliás, virar o barco para um caminho de redução dos custos, seus próprios custos, redução tributária drástica para que possa aí sim criar a situação objetiva de investimento”, afirmou.