Daniel Coelho critica “politização” do debate sobre a Lava Jato e destaca autonomia da operação após discurso de Temer
O presidente em exercício, Michel Temer, voltou a rebater os ataques do PT e reafirmou a total autonomia que a Operação Lava Jato tem para conduzir suas investigações. A declaração do peemedebista foi feita durante o evento de posse dos novos presidentes da Petrobras, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e dos bancos públicos, realizado no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (1).
“Quero revelar, pela enésima vez, que ninguém vai interferir na chamada Lava Jato. A toda hora eu leio uma ou outra notícia de que o objetivo é de derrubar a Lava Jato. Por isso, eu tomo a liberdade, sem nenhum deboche, de dizer pela enésima vez: não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo nesta matéria”, ressaltou Temer.
O deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) criticou a “politização” feita pelo Partido dos Trabalhadores em torno do debate sobre a operação e destacou que o prosseguimento das investigações conduzidas pelo juiz Sergio Moro independe do partido que está à frente do país.
“A Lava Jato é, hoje, aprovada pela grande maioria da população, e precisa ter o suporte institucional das lideranças políticas, mas nem ex-presidente, nem futuro presidente, nem parlamentar vai conseguir interferir nas ações da Justiça. Acho que o debate em torno dessa interferência muitas vezes ultrapassa os próprios limites constitucionais dos cargos que estão sendo exercidos. A Lava Jato vai manter a sua linha de condução e investigação, tanto é que a gente vê pessoas do PMDB, do PT e de diversos partidos sendo indiciadas e investigadas de uma forma geral”, avaliou o tucano.
Coelho também condenou a contradição do discurso utilizado pelos líderes do PT, que afirmam que Temer tem como objetivo barrar as investigações ao mesmo tempo em que atacam a motivação da Lava Jato – em resolução divulgada pelo diretório nacional da legenda no último dia 17, por exemplo, o partido disse que a operação “desempenha papel crucial na escalada golpista”.
“A Lava Jato é uma investigação feita para esclarecer e punir os corruptos do governo deles, do governo que foi composto pelo PT e pelo PMDB. Não há nenhum tipo de coerência, é até uma agressão à inteligência das pessoas o PT querer falar do assunto”, salientou.
Agenda positiva
Como revela matéria publicada pelo portal G1, Temer também destacou, durante a cerimônia, as medidas aprovadas nos seus 19 dias como presidente. O peemedebista ainda frisou que não trabalhará com a ideia de “herança”, apesar do cenário deixado pelo governo de Dilma Rousseff.
“Não falarei em herança de espécie nenhuma. Até precisamos modificar esses hábitos que se instalaram no Brasil, como se o passado fosse responsável pelo presente. Por isso reitero: não falarei em herança de espécie nenhuma. Apenas revelo a verdade dos fatos para que eventuais oportunistas não venham a debitar os erros dessa herança no nosso governo”, comentou o presidente em exercício.
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