Declarações de Lula são incitação à violência e devem ser investigadas, diz tucano
Brasília (DF) – A iniciativa do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, de determinar que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar suposta incitação à violência contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, foi encarada pelo deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) como uma ação unilateral. O tucano avaliou que o novo ministro escolhe ignorar as repetidas declarações dadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por líderes petistas que “são claras na incitação à violência”.
Para Fábio Sousa, o ministro da Justiça direciona o foco das investigações a manifestantes contrários ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, deixando de lado a neutralidade.
“Se ele está usando os seus atributos de chefe da Polícia Federal para determinar essas investigações, então que ele seja imparcial. Que ele seja um ministro de Estado, e não um ministro de governo. Tem diferença. O ministro da Justiça tem que ser um ministro de Estado, e como ministro de Estado ele não pode olhar PT ou PSDB”, disse.
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (24/03) pelo jornal O Globo, o ministro Teori Zavascki passou a ser alvo de protestos desde que concedeu liminar determinando que o juiz federal Sérgio Moro enviasse para o STF as investigações da Operação Lava Jato contra Lula.
“Já que ele quer investigar – e até acho que ele está certo – as questões de violência contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, ele tem que abrir investigação do porquê de o Lula dizer que vai ter ‘peão dando pancada em coxinha’. Ele tem que abrir uma investigação, abrir um inquérito, das declarações do ex-presidente Lula, que são claras na incitação à violência. Não só dele, mas de deputados, de líderes sindicais, do presidente da CUT, que já passou de todos os limites. Já que é para ser ministro de Justiça, que seja do jeito que a lei manda, ou seja, um ministro de Estado, e não um ministro a serviço de um partido”, destacou.
‘Delírio de uma noite de verão’
O parlamentar também criticou declarações dadas pelo ex-presidente Lula nesta quarta-feira (23), em encontro com sindicalistas. Lula tentou culpar a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro pela atual crise econômica que o país enfrenta hoje.
“Isso é o que a gente chamava antigamente de delírio de uma noite de verão. Isso só pode ser um delírio, falar uma bobagem dessa. A crise econômica tem rosto, nome, sobrenome, posição, fala confusa, saudação à mandioca, tem de tudo: chama-se Dilma Rousseff. Ela é a grande responsável pela crise econômica. Não adianta usar falácia militante, falácia ideológica, para tentar defender”, ressaltou.
Fábio Sousa acrescentou que o governo petista se recusa a enxergar o que já está óbvio para o resto do mundo, a derrocada brasileira. “O mundo todo está dizendo isso. A revista The Economist, que é a mais respeitada revista de economia no mundo, está dizendo ‘Dilma, está na hora de ir embora’. Está certo que ela pegou muita tranqueira do governo anterior [do ex-presidente Lula], mas ela conseguiu fazer o que ela previu: não estabeleceu meta, mas mesmo assim dobrou a meta que ela não estabeleceu”, considerou.
‘Pior do que está, fica’
O deputado disse ainda que a gestão da presidente Dilma Rousseff é a prova de que o slogan do deputado federal Tiririca (PR-SP) estava errado. “Tiririca falava assim ‘pior que está, não fica’. Hoje, o Tiririca tem que reconhecer que estava errado. Pior do que está, fica. O governo federal, economicamente falando, sem citar escândalos de corrupção, que são inúmeros e exorbitantes, hoje está em um poço sem fundo, sem conseguir ver a superfície, e ao invés de tentar lutar para subir, eles pegaram uma pá e estão cavando mais embaixo”, completou.