Delator afirma que pagamento feito à consultoria de Dirceu era propina
Brasília (DF) – O novo delator da Operação Lava-Jato, o lobista Milton Pascowitch, que atuava como operador de propinas da construtora Engevix, afirmou aos investigadores que o dinheiro repassado por sua empresa ao ex-ministro José Dirceu era pagamento de propina, e não por consultoria. As informações são do jornal O Globo desta quarta-feira (1º).
De acordo com o depoimento de Pascowitch, Dirceu teria se tornado uma espécie de “padrinho” dos interesses da empreiteira na estatal. Em troca, recebia pagamentos e favores. A empresa do lobista repassou R$ 1,45 milhão a Dirceu, além de pagar parte da sede da consultoria do petista.
Segundo a reportagem, os pedidos de dinheiro do petista eram “insistentes” e os repasses foram feitos de diversas formas. O lobista relatou que, em uma das operações, fez uma doação a uma arquiteta que reformou um dos imóveis de Dirceu.
O lobista disse também que intermediou pagamento de suborno ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba. O acordo de delação de Pascowitch foi homologado na última segunda-feira (29). Antes, o lobista cumpria pena em regime domiciliar, em São Paulo.