Denúncia de grampo em gabinete de Barroso a pedido de dirigentes do PT é “gravíssima”, diz deputado

Acompanhe - 23/05/2016

caio narcio foto psdb na camaraBrasília (DF) – Agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são suspeitos de espionagem sobre o presidente em exercício Michel Temer, líderes do PMDB, o juiz federal Sérgio Moro e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo denúncia da revista Istoé desta semana, a escuta ambiental localizada no gabinete do ministro do STF Luís Roberto Barroso, seria responsabilidade da Abin, confirmando as suspeitas de grampo que a equipe de Temer e membros da força tarefa da Operação Lava Jato têm desde dezembro.

De acordo com levantamento feito por uma empresa internacional de informações contratada para varreduras e responsável por detectar os grampos, agentes da Abin trabalharam a pedido do ex-ministro das Comunicações Ricardo Berzoini, a quem a agência se reportava desde outubro de 2015, por determinação de Dilma, como revela a revista.

Na avaliação do deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), a denúncia é “alarmante” e demonstra que o PT é capaz de tudo para tentar se manter no poder. “É gravíssimo. Um ministro do Supremo, um juiz que é o coordenador de uma força-tarefa que está moralizando o Brasil ser grampeado a pedido de dirigentes do PT? É algo de extrema gravidade e precisa ser apurado rapidamente”, afirmou.

A revista relata que, oficialmente, a varredura feita há duas semanas pela Secretaria de Segurança do STF no gabinete de Barroso foi uma “ação rotineira”, mas, na verdade, todos os gabinetes do Supremo foram vistoriados depois que três ministros receberam informações de que seriam alvos de “bisbilhoteiros”. “Temos quase certeza de que o pessoal da Abin está envolvido nisso. Por isso não encaminhamos para lá nenhuma investigação”, disse à publicação um dos agentes de segurança do STF.

Além de sugerir a investigação do caso, Caio Nárcio recomendou a aplicação de “penas duras” aos responsáveis. “Precisamos verificar a pena adequada para uma situação como essa, em que os petistas utilizaram a máquina do Estado para poder deturpar instituições. Não tem precedentes. Se a veracidade dos grampos for comprovada, seria passível inclusive de prisão”, reiterou.

Segundo agentes da Polícia Federal (PF) ouvidos pela reportagem, o fato teria se confirmado pois o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido informado com antecedência que seria obrigado a depor coercitivamente. O petista também soube do grampo de sua conversa com Dilma sobre a nomeação para a Casa Civil, segundo a revista.

Ainda de acordo com a IstoÉ, diante dessas constatações, na semana passada o diretor da Abin, Wilson Trezza, acertou a saída do cargo que ocupa há oito anos. Ele deve continuar no posto até que o governo Temer escolha um sucessor, que precisará ser sabatinado pelo Senado antes de assumir.

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23/05/2016