Depoimento de Pagot na Câmara foi contraditório
Demissões da cúpula do Ministério dos Transportes reforçam as suspeitas de superfaturamento de obras.
Demissões da cúpula do Ministério dos Transportes reforçam as suspeitas de superfaturamento de obras.
Foram contraditórias as afirmações do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, em relação às denúncias sobre o Ministério dos Transportes. Os parlamentares do PSDB que acompanharam a audiência pública das Comissões de Fiscalização Financeira e de Viação e Transporte da Câmara, afirmam também, que a demissão de integrantes da pasta reforça as suspeitas de superfaturamento de obras.
Para o líder, Duarte Nogueira (SP), a lisura e a boa condução dos empreendimentos apresentadas por Pagot não fazem sentido diante das exonerações, inclusive a do ex-ministro Alfredo Nascimento. “Se não há nenhum problema, por que o ministro não está mais lá?”, indagou. Nascimento foi criticado pelos parlamentares por não ter comparecido à audiência, onde também deveria dar explicações.
Segundo Nogueira, o longo depoimento do diretor ontem, não esclareceu nada. “Ele não trouxe nada além de um roteiro pré-definido para se proteger e deixar claro que sabe de bastante coisa e que as decisões foram tomadas por um colegiado, ou seja, há uma corresponsabilidade, caso alguma coisa dê errado, como acreditamos que dará”, afirmou.
“Se na reunião com a cúpula dos Transportes, no dia 24 de junho, até a presidente ficou assustada com o orçamento das obras, como confirmou Pagot, é porque a situação é extremamente preocupante”, alerta Nogueira.
Quebra de Sigilo
Autor de um dos requerimentos para realização da reunião, o deputado Vanderlei Macris (SP) apresentou pedido da Comissão de Fiscalização para que Pagot permitisse a quebra dos sigilos telefônico e bancário. O diretor prometeu que assinaria a petição, mas ainda não o fez. O deputado Fernando Francischini (PR), também autor de requerimento para realização da audiência, questionou o diretor do Dnit sobre seu patrimônio.
Segundo o parlamentar paranaense, as explicações são importantes para que haja transparência e para elucidar seu envolvimento no suposto esquema de superfaturamento. O diretor-geral confirmou que possui terras no estado do Amazonas, além de cerca de 2 mil cabeças de gado em Mato Grosso, o que comprova existência de um patrimônio, que na avaliação de Francischini pode ser considerado alto.
Com informações do Diário Tucano