Depoimento de Pagot na Câmara foi contraditório

Demissões da cúpula do Ministério dos Transportes reforçam as suspeitas de superfaturamento de obras.

Acompanhe - 14/07/2011

Demissões da cúpula do Ministério dos Transportes reforçam as suspeitas de superfaturamento de obras.

Foram contraditórias as afirmações do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, em relação às denúncias sobre o Ministério dos Transportes. Os parlamentares do PSDB que acompanharam a audiência pública das Comissões de Fiscalização Financeira e de Viação e Transporte da Câmara, afirmam também, que a demissão de integrantes da pasta reforça as suspeitas de superfaturamento de obras.

Para o líder, Duarte Nogueira (SP), a lisura e a boa condução dos empreendimentos apresentadas por Pagot não fazem sentido diante das exonerações, inclusive a do ex-ministro Alfredo Nascimento. “Se não há nenhum problema, por que o ministro não está mais lá?”, indagou. Nascimento foi criticado pelos parlamentares por não ter comparecido à audiência, onde também deveria dar explicações.

Segundo Nogueira, o longo depoimento do diretor ontem, não esclareceu nada. “Ele não trouxe nada além de um roteiro pré-definido para se proteger e deixar claro que sabe de bastante coisa e que as decisões foram tomadas por um colegiado, ou seja, há uma corresponsabilidade, caso alguma coisa dê errado, como acreditamos que dará”, afirmou.

“Se na reunião com a cúpula dos Transportes, no dia 24 de junho, até a presidente ficou assustada com o orçamento das obras, como confirmou Pagot,  é porque a situação é extremamente preocupante”, alerta Nogueira.

Quebra de Sigilo

Autor de um dos requerimentos para realização da reunião, o deputado Vanderlei Macris (SP) apresentou pedido da Comissão de Fiscalização para que Pagot permitisse a quebra dos sigilos telefônico e bancário. O diretor prometeu que assinaria a petição, mas ainda não o fez. O deputado Fernando Francischini (PR), também autor de requerimento para realização da audiência, questionou o diretor do Dnit sobre seu patrimônio.

Segundo o parlamentar paranaense, as explicações são importantes para que haja transparência e para elucidar seu envolvimento no suposto esquema de superfaturamento. O diretor-geral confirmou que possui terras no estado do Amazonas, além de cerca de 2 mil cabeças de gado em Mato Grosso, o que comprova existência de um patrimônio, que na avaliação de Francischini pode ser considerado alto.

Com informações do Diário Tucano

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14/07/2011