Deputados tucanos reiteram combate à tentativa de Dilma de ressuscitar CPMF

“Ninguém está precisando de mais gastos, mas sim de uma máquina pública mais eficiente”, diz deputado Samuel Moreira

Acompanhe - 03/02/2016

xo cpmf foto Agencia CamaraDeputados do PSDB continuam repercutindo as declarações feitas pela presidente Dilma Rousseff durante sua passagem pelo Congresso nessa terça-feira (2). Os parlamentares criticaram o discurso da petista em defesa da volta da CPMF e destacaram que a reforma da Previdência, citada na mensagem presidencial, ainda não tem apoio nem do próprio PT.

Proposta absurda

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), foi um dos que deixaram muita clara a posição da bancada contra o aumento da carga tributária. Em entrevista veiculada pela TV Globo nesta quarta-feira (3), o tucano também comentou outro ponto-chave do discurso de Dilma: a reforma da Previdência.

Segundo Imbassahy, o o partido só aceita discutir a reforma se houver apoio dos aliados de Dilma, a começar pelo próprio PT. A proposta enfrenta resistência dos próprios aliados da petista no Parlamento.

“Nós, do PSDB, vamos debater esse assunto, quando aqui chegar, se tiver o apoio dos partidos da base da presidente Dilma. O PT dizendo que não vai apoiá-la, o PCdoB não apoia, aí não é pra valer, é jogo de cena, daí não vamos perder tempo”, justifica.

A petista chegou a ser vaiada no plenário no momento em que defendeu a recriação da CPMF. Pelas redes sociais, diversos tucanos se manifestaram contra a ideia de Dilma. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) disse que não aceitará o novo imposto. “Achei péssimo. Ao invés de anunciar o corte de gastos, ela defendeu a volta da CPMF. Um absurdo! Ao invés de pedir desculpas à nação e reconhecer seus erros, Dilma fala como se estivesse tudo bem no país. Enquanto isso, o ‘Titanic’ segue desgovernado. Não adianta a presidente discursar no Congresso dizendo que o país está uma maravilha. Os brasileiros sofrem com o desemprego e inflação”, criticou.

O deputado Rogério Marinho (RN) também tem posição firmada sobre o assunto. Ele acredita que o país apresentado pela presidente não é o Brasil real, onde as pessoas estão passando dificuldade com inflação e desemprego. “Não aceitamos mais aumento de impostos”, reiterou. Segundo a proposta do governo, a alíquota do “imposto do cheque”, de 0,20%, seria cobrada até 31 de dezembro de 2019.

Para Vitor Lippi (SP), Dilma quer do Congresso esforço para aumentar impostos. Segundo ele, o país não precisa de mais tributo, mas sim de um governo sério e competente que saiba resolver os problemas. Ele deixou claro que o PSDB será contra a medida.

“Como vamos aumentar mais impostos sendo que o Brasil é um dos países com mais carga tributária no mundo? Não vai ser aumentando impostos que resolveremos o problema do Brasil. Será um ano difícil, mas o PSDB tem uma postura muito clara: vai defender os interesses da população e enfrentará essas condições ruins para todos os brasileiros”, alertou o parlamentar. O deputado Otavio Leite (RJ) acrescentou: “Dilma confessa tragédia econômica administrativa do governo e propõe uma nova CPMF, mais impostos. É um absurdo”.

O deputado Domingos Sávio (MG) lembra que, durante a campanha presidencial, Dilma prometeu que não ressuscitaria a CPMF. “Um ponto marcante e lamentável é o que ela veio propor a volta do imposto do cheque e foi vaiada durante seu pronunciamento. Foi vaiada com razão, porque ela mesma prometeu em campanha que não haveria CPMF. Nós nos manifestamos contra e vamos votar contra”, completou.

Por sua vez, o deputado Samuel Moreira (SP) acredita que o aumento de impostos não irá resolver os problemas econômicos do país. “Ninguém está precisando de mais gastos, mas sim de uma máquina pública mais eficiente e será essa a minha luta. Em 2016, seguirei trabalhando contra a CPMF e por um Brasil melhor, onde quem cometa irregularidades sofra punições”, ressaltou o tucano.

Nilson Pinto (PA) destacou, ainda, que a presidente também pediu ajuda ao Congresso para mexer nas aposentadorias dos trabalhadores. “Vindas de um governo perdulário, incompetente e sem credibilidade. Não há a menor chance de essas propostas serem aprovadas”, concluiu.

X
03/02/2016