Deputados tucanos reiteram combate à tentativa de Dilma de ressuscitar CPMF
“Ninguém está precisando de mais gastos, mas sim de uma máquina pública mais eficiente”, diz deputado Samuel Moreira
Deputados do PSDB continuam repercutindo as declarações feitas pela presidente Dilma Rousseff durante sua passagem pelo Congresso nessa terça-feira (2). Os parlamentares criticaram o discurso da petista em defesa da volta da CPMF e destacaram que a reforma da Previdência, citada na mensagem presidencial, ainda não tem apoio nem do próprio PT.
Proposta absurda
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), foi um dos que deixaram muita clara a posição da bancada contra o aumento da carga tributária. Em entrevista veiculada pela TV Globo nesta quarta-feira (3), o tucano também comentou outro ponto-chave do discurso de Dilma: a reforma da Previdência.
Segundo Imbassahy, o o partido só aceita discutir a reforma se houver apoio dos aliados de Dilma, a começar pelo próprio PT. A proposta enfrenta resistência dos próprios aliados da petista no Parlamento.
“Nós, do PSDB, vamos debater esse assunto, quando aqui chegar, se tiver o apoio dos partidos da base da presidente Dilma. O PT dizendo que não vai apoiá-la, o PCdoB não apoia, aí não é pra valer, é jogo de cena, daí não vamos perder tempo”, justifica.
A petista chegou a ser vaiada no plenário no momento em que defendeu a recriação da CPMF. Pelas redes sociais, diversos tucanos se manifestaram contra a ideia de Dilma. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) disse que não aceitará o novo imposto. “Achei péssimo. Ao invés de anunciar o corte de gastos, ela defendeu a volta da CPMF. Um absurdo! Ao invés de pedir desculpas à nação e reconhecer seus erros, Dilma fala como se estivesse tudo bem no país. Enquanto isso, o ‘Titanic’ segue desgovernado. Não adianta a presidente discursar no Congresso dizendo que o país está uma maravilha. Os brasileiros sofrem com o desemprego e inflação”, criticou.
O deputado Rogério Marinho (RN) também tem posição firmada sobre o assunto. Ele acredita que o país apresentado pela presidente não é o Brasil real, onde as pessoas estão passando dificuldade com inflação e desemprego. “Não aceitamos mais aumento de impostos”, reiterou. Segundo a proposta do governo, a alíquota do “imposto do cheque”, de 0,20%, seria cobrada até 31 de dezembro de 2019.
Para Vitor Lippi (SP), Dilma quer do Congresso esforço para aumentar impostos. Segundo ele, o país não precisa de mais tributo, mas sim de um governo sério e competente que saiba resolver os problemas. Ele deixou claro que o PSDB será contra a medida.
“Como vamos aumentar mais impostos sendo que o Brasil é um dos países com mais carga tributária no mundo? Não vai ser aumentando impostos que resolveremos o problema do Brasil. Será um ano difícil, mas o PSDB tem uma postura muito clara: vai defender os interesses da população e enfrentará essas condições ruins para todos os brasileiros”, alertou o parlamentar. O deputado Otavio Leite (RJ) acrescentou: “Dilma confessa tragédia econômica administrativa do governo e propõe uma nova CPMF, mais impostos. É um absurdo”.
O deputado Domingos Sávio (MG) lembra que, durante a campanha presidencial, Dilma prometeu que não ressuscitaria a CPMF. “Um ponto marcante e lamentável é o que ela veio propor a volta do imposto do cheque e foi vaiada durante seu pronunciamento. Foi vaiada com razão, porque ela mesma prometeu em campanha que não haveria CPMF. Nós nos manifestamos contra e vamos votar contra”, completou.
Por sua vez, o deputado Samuel Moreira (SP) acredita que o aumento de impostos não irá resolver os problemas econômicos do país. “Ninguém está precisando de mais gastos, mas sim de uma máquina pública mais eficiente e será essa a minha luta. Em 2016, seguirei trabalhando contra a CPMF e por um Brasil melhor, onde quem cometa irregularidades sofra punições”, ressaltou o tucano.
Nilson Pinto (PA) destacou, ainda, que a presidente também pediu ajuda ao Congresso para mexer nas aposentadorias dos trabalhadores. “Vindas de um governo perdulário, incompetente e sem credibilidade. Não há a menor chance de essas propostas serem aprovadas”, concluiu.