Desembargadora e delegada criticam gestão da segurança pública no Brasil

Acompanhe - 06/11/2015

IMG_1920Brasília (DF) – O PSDB e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) promoveram nesta sexta-feira (6/11), em Salvador (BA), o encontro “Caminhos para a Região Nordeste”. Na ocasião, especialistas e tucanos discutiram problemas e soluções para a segurança pública, além do atual cenário político e econômico do país.

Para a desembargadora Luislinda Valois, presidente do Tucanafro na Bahia, e a delegada Kátia Alves, ex-secretária de segurança pública do estado, a atual gestão não trata o problema da violência no Brasil como uma prioridade.

“Todo o trabalho, esforço e empenho da polícia e de outras instituições não tem apresentado os resultados que nós esperávamos. Em 2003, a Bahia só perdia para o Maranhão como o estado mais tranquilo para se viver. Hoje, estamos bem longe disso”, afirmou Kátia Alves.

“Nas últimas décadas, os investimentos necessários para a segurança pública não vem sendo aplicados. Para se ter uma ideia, apenas 14% do orçamento de segurança, em nove meses, foi executado aqui na Bahia. É uma questão de gestão pública. Não é uma coisa simples de ser resolvida, mas também não é insolúvel. Basta escolhermos alguém capaz para conduzir esse problema”, avaliou a delegada.

Luislinda ValoiIMG_1945s destacou que existem outros tipos de violência que não são considerados pelo poder público. “A violência não é só aqu
ela que acontece quando a gente vê o sangue escorrer. Existe a violência simbólica, a intelectual, que é excludente”, disse. “Falo de cátedra, porque eu sou vítima desta situação”.

A desembargadora salientou que a maior vítima da violência no Brasil é o negro, que não se encontra suficientemente representado nas instituições.

“Precisamos de ação. Precisamos colocar o negro no poder. Basta olhar, nós temos 39 ministérios e quantos negros temos ocupando esses espaços? Uma desembargadora na Bahia, um ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso é inclusão do negro? Claro que não. Essa juventude negra tem um potencial que o Brasil está perdendo”, completou.

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06/11/2015