Diante de desconfiança do setor privado, governo atrasa licitações de rodovias
A desconfiança que paira sobre o governo Dilma Rousseff tem afastado os interesses do setor privado nas concessões de rodovias federais. Diante do cenário, o governo se viu obrigado a atrasar o cronograma de licitação das vias que, segundo o jornal Valor Econômico, terão as audiências públicas adiadas em pelo menos 15 dias. Haverá uma revisão dos termos dos contratos que, de acordo com empresários, estão repletos de inconsistências. O deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) lembra que o governo do PT sempre teve dificuldades em negociar parcerias público-privadas.
“Neste momento, quando as coisas começam a aparecer, a desconfiança do setor privado fica mais evidente. O governo nunca conseguiu fazer parcerias público-privadas mais amplas em nenhum setor. No setor de portos, das rodovias, e no setor de aeroportos até conseguiu fazer em meia dúzia, mas que ainda não avançaram suficientemente”, afirmou.
Dentre as inconsistências nos projetos, empresários apontam estimativas já avaliadas pelo governo que elevam os preços das tarifas de pedágio. Também destacam incoerências entre o cronograma econômico financeiro e a execução das obras, o que coloca o concessionário em risco. Os apontamentos comprometem o sucesso dos leilões e, na opinião de Marchezan, agregam grandes prejuízos à população.
“Na questão de geração de empregos, de possibilidade de novos investimentos nos estados, é também um custo de produção que aumenta cada vez mais, não apenas para o agricultor ou para a indústria. É para o caminhoneiro, para a empresa de transportes, para a o cidadão, que vai ter riscos de vida. Mais um prejuízo que se agrega a toda essa grande obra que o governo federal não fez no Brasil”, disse o tucano.
A mudança no calendário deve afetar concessões da BR-163, no trecho entre Mato Grosso e Pará, e da Rodovia do Frango, que liga as cidades de Chapecó e Lapa, no sul do país. Pelo cronograma original do Programa de Investimentos em Logística, essas rodovias deveriam ter sido repassadas ao setor privado em 2015.
