Dilma busca driblar impopularidade ao entregar imóveis sem estrutura, afirma tucano
Brasília – O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB-RJ) avalia que a inauguração de um conjunto habitacional sem a estrutura adequada por parte da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira (31) é a mostra de que a petista, em um período de baixa popularidade, busca artifícios para melhorar sua imagem com a população.
“Como a impopularidade é muito grande, Dilma tenta gerar fatos políticos positivos. Mas acredito que será um grande tiro no pé. Afinal, a população certamente a cobrará pela resolução dos problemas estruturais”, disse o parlamentar.
Os residenciais que serão inaugurados fazem parte do programa Minha Casa, Minha Vida, e estão localizados na cidade de Maricá, que fica na região metropolitana do Rio de Janeiro. Reportagem do jornal O Globo mostrou que parte das unidades que será entregue por Dilma não tem água nem energia elétrica. Além disso, o bairro onde os imóveis estão carece de asfalto e calçadas em muitas de suas vias. A prefeitura local também não fez sua parte, segundo a reportagem: um terreno que deveria abrigar uma creche, um posto de saúde e uma escola está vazio. A cidade é administrada por Wahsington Quaquá (PT), presidente do diretório estadual do partido.
Luiz Paulo ressaltou que o fato de a inauguração ser em Maricá revela também uma escolha política de Dilma. “Ela, evidentemente, procurou um ambiente menos hostil para poder comparecer”, disse.
Erro de prioridades
O tucano afirmou que os problemas em obras não são as únicas falhas do Minha Casa, Minha Vida. Destacando que a questão habitacional é um dos maiores problemas do Rio, Luiz Paulo disse que o projeto do governo federal “cria problemas para o futuro” ao apostar maciçamente em obras nas regiões periféricas das grandes cidades.
“O governo deveria investir em ocupar os espaços vazios das regiões já organizadas. Assim, entregaria à população imóveis em locais que contam com estrutura de transportes, escolas e atendimento à saúde. Mas a preferência do governo federal é para as regiões com terrenos mais baratos, que estão distantes dos centros geradores de emprego e renda. Por isso, cria problemas para o futuro”, declarou.