Dilma deve deixar para próximo governo até 10 bilhões de gastos extras
A presidente Dilma Rousseff contratou um aumento de despesas que vai afetar as contas do provável governo do vice-presidente Michel Temer. A ‘bomba fiscal’ já tem R$ 8 bilhões de gastos extras e deve atingir até a marca de R$ 10 bilhões com a publicação de novas Medidas Provisórias. Entre os temas dessas MPs estão o reajuste salarial diferenciado a auditores da Receita Federal, com direito a bônus de produtividade, aumentos na tributação de juros sobre capital próprio e sobre direitos de imagem. O deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) vê como irresponsável as ações do governo. Para o tucano, Dilma vem anunciando medidas populistas a fim de frear o processo de impeachment.
“Eu acho que é uma irresponsabilidade continuada. Ou seja, em vez de ela [Dilma] ter sido advertida, ter prestado atenção na questão de que não se pode gastar mais do que se arrecada, ela no momento em que percebe que está muito próxima a sua saída do governo, resolve gerar mais despesas. Não está preocupada com o caixa, com recursos, com arrecadação, com fiscalização. Está preocupada obviamente com anunciar benesses a todo instante, sem a responsabilidade daquele que toma conta do cofre do país, do cofre do Estado”, disse.
Os reajustes estão acontecendo às vésperas da análise do processo de impeachment pelo Senado, onde já são contabilizados 50 votos favoráveis ao afastamento da petista. Para o deputado Ricardo Tripoli, o vice-presidente Michel Temer deve trabalhar na base da transparência caso assuma a presidência da República.
“Acho que ele [Michel Temer] tem que tratar com transparência. Dizer exatamente como vai encontrar o governo. Eu acho que o novo presidente tem que fazer uma radiografia, uma aerofotogrametria da situação do país. E tornar isso público. Quais são os recursos, qual a dívida que ele encontra e quais foram os projetos anunciados. Ou seja, a transparência dos atos públicos”, apontou.