Dilma faz discurso ‘inverossímil’ sem entrar no mérito das denúncias, alerta Rogério Marinho
“A presidente se limita a acusar terceiros e dizer que essas pessoas estão de alguma forma conspirando contra ela”
Brasília (DF) – Após jornais de todo o país noticiarem o pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), a única reação dos petistas foi declarar indignação com a investigação e com o vazamento do pedido. Enquanto Lula se disse “muito irritado” com a inclusão de seu nome nas apurações, Dilma afirmou que vai pedir que a Advocacia-Geral da União (AGU) investigue o vazamento da informação.
Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), os líderes petistas estão desequilibrados. Ele classificou o discurso de Dilma como “inverossímil”, e atentou para o fato de que em nenhum momento a presidente ofereceu explicações sobre as denúncias que pesam contra ela.
“A presidente Dilma e o ex-presidente Lula estão evidentemente desequilibrados. Sabem que estão contando os dias para a sua saída do Planalto, e agora preparam um discurso pós-Dilma, pós-PT. É um discurso absolutamente inverossímil, calcado na possibilidade de que há um golpe institucional, um ‘golpe’ definido pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que apontou o rito. A presidente não entra no mérito das denúncias, não fala a respeito da essência. Ela se limita a acusar terceiros e dizer que essas pessoas estão de alguma forma conspirando contra ela”, afirmou.
O pedido de abertura de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) tem base nas denúncias feitas pelo ex-líder do governo, senador Delcídio do Amaral, em delação premiada. Segundo Delcídio, tanto Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula e o ministro da AGU, José Eduardo Cardozo, teriam atuado para obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
A única defesa de Dilma foi dizer que as denúncias do senador Delcídio são “levianas” e “mentirosas”. A presidente também argumentou que o vazamento do inquérito contra ela, às vésperas da votação do processo de impeachment no Senado, foi promovido por pessoas “com interesses escusos inconfessáveis”.
O deputado Rogério Marinho rebateu as declarações de Dilma. Ele avaliou que o “desequilíbrio” e o “desatino” que distinguem as ações do PT e de seus principais líderes só mostra que o partido já “jogou a toalha” e está agora em busca de um discurso que os caracterize como vítimas.
“Eles só esquecem que a grande vítima de toda essa história foi o povo brasileiro. São 11 milhões de pessoas desempregadas, a principal empresa do país, a Petrobras, sucateada, saqueada, reduzida a uma situação vexatória, com a necessidade de aportes do Tesouro cada vez mais substanciais. Os bancos públicos, Caixa Econômica, Banco do Brasil, sendo utilizados para subsidiarem programas, eventos e ações do governo, em completo desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os fatores e fundamentos econômicos do Brasil recuaram mais de dez anos, em função desse governo, desse desatino”, ressaltou.
“Tudo isso é o discurso que a presidente Dilma, de forma absolutamente leviana, deixa de lado, enquanto vai construindo uma posição de vítima para quando ela estiver no lugar da oposição”, completou o parlamentar.