Dilma já admite defender convocação de novas eleições em outubro, diz jornal
Brasília (DF) – Diante da possibilidade de ser afastada do cargo, a presidente Dilma Rousseff já admite, nos bastidores, a possibilidade de defender a proposta de convocação de eleições presidenciais em outubro para encurtar seu mandato. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (26), ministros próximos a Dilma afirmam que a ideia já é “fato consumado” porque, mesmo se o processo de impeachment não passar no Senado, a petista não terá governabilidade com o país dividido.
Apesar de o governo federal ainda avaliar o melhor momento de assumir a estratégia, a ideia conta com o apoio da maioria do PT e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reportagem cita que, até pouco tempo atrás, Dilma resistia a aceitar o encurtamento do seu mandato, mas, de acordo com auxiliares, começou a perceber que precisa fazer um gesto de “pacificação” nacional.
Para o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), a notícia é um atestado de que a gestão da presidente Dilma acabou. “É o desespero do final do jogo. O governo não tem mais o que fazer e apela para uma atitude que não tem consonância alguma com a realidade. O próprio PT não tem mais dúvidas que o fim está próximo”, afirmou.
O jornal cita que, apesar de manterem o discurso oficial de que é possível virar o jogo do impeachment, senadores do PT e de partidos da base aliada do governo dão como certa a aprovação do afastamento de Dilma na primeira votação, no plenário do Senado, prevista para 13 de maio. Se este cenário for confirmado, a presidente será obrigada a se afastar por até 180 dias.
“Estamos em contagem regressiva para o governo terminar. É questão de tempo. A cada dia, inventam uma nova ideia maluca para tentar consertar uma tragédia que, mesmo contra a vontade deles, continua acontecendo. É lamentável, embora não surpreendente, que o governo do PT tenha chegado a esse ponto”, acrescentou o tucano.
Segundo a publicação, pelo cronograma traçado em gabinetes do Palácio do Planalto, o envio da proposta de emenda constitucional (PEC) ao Congresso, convocando eleições presidenciais em outubro, ocorreria justamente nesse período, após a provável posse de Temer. A proposta pode ser apresentada por um deputado do PT ou do PC do B e, para ser aprovada, precisa passar pela Câmara e pelo Senado.