Às vésperas do impeachment, Dilma acelera demarcações de terras após ignorar indígenas
Em uma tentativa de ganhar popularidade e frear o processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff marcou um encontro nesta sexta-feira com lideranças indígenas no Palácio do Planalto para anunciar uma série de demarcações de terras. Depois de passar a maior parte do seu governo sem definir essas demarcações – atingindo a marca histórica da gestão que menos reservou terras para os índios – a petista agora corre contra o tempo para adotar medidas populistas que têm como objetivo ganhar apoio contra o seu afastamento do cargo.
Em menos de um mês, o governo liberou mais de 30 processos de demarcação em todo território nacional. Nos primeiros quatro anos de ser governo, Dilma homologou a criação de apenas 11 terras, um total de 2 milhões de hectares, a mais baixa marca dos governos depois da ditadura militar. Em pelo menos metade do tempo, Itamar Franco homologou 16 áreas e 5,4 milhões de hectares.
Para a deputada federal pelo Shéridan (PSDB-RR), o governo Dilma sempre atuou de forma negligente diante dos índios. “A gente assiste mais uma vez de forma negligente e de desrespeito do governo de tratar a população como um todo. Essa é a política de atenção ao índio: a política demagoga. Eles promovem as demarcações achando que a terra resolve o problema, promove o respeito. Mas pelo contrário, respeito é como eles deixam depois os índios”, afirmou.
Nesta quinta-feira, durante a CPI da Funai, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) apontou a falta de atuação do governo na demarcação de terras. “O índio precisa de terra. Precisa mesmo. Mas na realidade esse governo foi o que menos demarcou. Foi o que menos demarcou na história. É um grande poeta esse governo. Fala muito e faz pouco. O que se faz na verdade é uma movimentação financeira muito grande, mas na prática o resultado é que nada acontece. E não acontece nem na demarcação de terra indígena e nem na desapropriação para assentamento do Incra.”
