Economia em crise faz instituições financeiras cobrarem até 900% de juros
Acompanhe - 30/05/2016
A crise econômica instalada em todos os setores do Brasil tem levado as instituições financeiras a cobrarem juros superiores a 900% ao ano. Com o aumento da inadimplência e elevação do desemprego, essas taxas são até 55 vezes maiores que as mais baixas, que estão em 16,7% ao ano. Para o deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), o alto índice é reflexo de anos de má administração do país.

“O problema central está na atuação do governo mesmo. Essas empresas estão fazendo essas coisas, que não é eticamente a melhor coisa a se fazer, mas elas estão procurando sobreviver ou se beneficiar em uma situação que é causada exclusivamente pelo governo. É uma situação comum em países de governo altamente endividados e que vão no mercado usar dinheiro para rolar sua dívida. É sempre assim: o Estado faz suas besteiras e as pessoas acabam pagando pelas consequências”, disse.
A estratégia de algumas empresas é utilizar slogans apelativos, que prometem tirar o nome das pessoas das listas de maus pagadores. Mas algumas parcelas são aplicadas em um valor tão alto, que comprometem o orçamento e impossibilitam o devedor de colocar as contas em dia. O deputado Paulo Martins acredita que a melhora no atual cenário do país só irá acontecer quando o endividamento do governo diminuir.
“Com um menor endividamento do governo, que possibilite o governo a pagar menos juros por aqueles papéis que ele mesmo emite, vai pressionar novamente os preços para baixo. Então, as pessoas terão mais facilidades para pagar as suas contas”, acrescentou.
Especialistas do mercado financeiro recomendam que as parcelas de dívidas não podem ultrapassar 30% da renda mensal, para evitar o endividamento das famílias brasileiras.