Mais feijão, menos fuzil

Enquanto Jair Bolsonaro aprofunda sua jornada de insanidades, a vida do brasileiro vai se tornando mais e mais dura. A inflação, da qual o presidente e seu desconectado ministro da Economia desdenham, continua explodindo.
Em agosto, o IPCA atingiu 0,87%. É o maior índice para o mês desde 2000, isto é, em 21 anos, conforme divulgou o IBGE nesta manhã. Bolsonaro continua insuperável em bater recordes negativos, num desempenho de fazer Dilma Rousseff roer-se de inveja.
Entre 88 países, só oito estão em pior situação que o Brasil no quesito inflação ao consumidor. Nossa inflação – agora de 9,68% em 12 meses – é mais que o triplo da mediana do G-20. Ou seja, ao contrário do que diz Guedes, estamos fora e não “dentro do jogo” da economia global.
O presidente da República prega mais fuzil nas mãos das pessoas. Mas o que está faltando mesmo é feijão na panela, enquanto a cesta básica já quase não cabe no salário mínimo, como mostrou o Diesse ontem.
A alta dos preços dos alimentos mais que dobrou em agosto na comparação com o mês anterior. Além da alimentação, combustíveis e energia elétrica – em função de uma crise hídrica histórica que o mandatário ignora – também continuam pela hora da morte.
Cada vez mais, Bolsonaro governa um país imaginário, de costas para a realidade. A penúria do povo brasileiro é só mais um detalhe na sua alucinação, mas é um triste cotidiano para um universo cada vez maior de pessoas.