Ministério para o Rio Grande do Sul causa espanto e estranheza pela forma como foi criado

A constituição de um ministério para atuar na reconstrução do Rio Grande do Sul causou espanto por ter sido feita de surpresa, sem comunicar ao governador Eduardo Leite, que vinha até então conduzindo com primor as articulações entre Estado e União. O governador foi legitimamente eleito pelo povo gaúcho e tem tido com um comportamento exemplar na condução dos esforços pelo atendimento às vítimas da maior catástrofe natural da história do Brasil.
A colaboração entre os entes federativos, mais do que esperada, é uma obrigação constitucional. O que fica parecendo, no entanto, é que a escolha do ministro tem caráter eleitoral, com objetivo de projetá-lo para a campanha de 2026. E isso em um Estado em que o governador é frequentemente apontado como potencial candidato a presidente da República. Se uma crise dessa magnitude tivesse ocorrido em um Estado governado por um aliado do presidente da República como Bahia, Ceará e Piauí, por exemplo, o governo agiria da mesma forma? Claramente não.
O que estamos assistindo é, no mínimo, uma falta de compromisso muito grande do governo federal com a população gaúcha, com o Estado do Rio Grande do Sul e, em última instância, com a própria democracia brasileira.
Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB