O problema da inflação

Editorial - 09/02/2022

Pelo quinto mês consecutivo, a inflação acumulada em 12 meses manteve-se em dois dígitos. Difícil saber quando isso deve se reverter. Por uma razão muito simples: quem alimenta a alta de preços é justamente quem deveria zelar pela sua contenção, o governo federal.

O IPCA de janeiro foi menor que o de dezembro, mas é o mais alto para o mês desde 2016, segundo o IBGE. No acumulado em um ano, o índice subiu agora a 10,38%, em mais uma alta numa sequência que vem se tornando monótona de tão repetitiva. Mas tende a piorar, como até o Banco Central previu ontem.

O problema são as ideias mirabolantes, estapafúrdias e eleitoreiras que o presidente da República vira e mexe tem para, supostamente, segurar a inflação. É o caso da emenda à Constituição que visa baixar tributos para, supostamente, diminuir o preço dos combustíveis. É uma espécie de “bolsa gasolina”, em que sobra aos mais pobres pagar a conta.

Essa ignorância quanto ao funcionamento do mercado já teve nome e sobrenome: Dilma Rousseff. Repete-se agora rebatizada de Jair Bolsonaro. A irresponsabilidade de ambos alimentou e alimenta a escalada de preços, dos juros e das cotações do dólar. São, ambos, fabricantes de inflação.

O que o país almeja é virar a página desse passado nefasto e desse presente desalentador. O Brasil precisa de futuro e não de ressuscitar receitas malogradas. Quem realmente soube lidar com a inflação, e vencê-la, foi o PSDB.

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09/02/2022