Efeitos do novo pacote de estímulo à economia serão limitados, avaliam tucanos
Deputados avaliam que pacote de estímulo à economia lançado pelo governo federal deve ter efeito limitado

Brasília – O pacote de estímulo à economia lançado pelo governo federal nessa quarta-feira (27) deve ter efeito limitado, na avaliação dos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e César Colnago (ES). O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos pretende agilizar as compras governamentais, dando preferência à aquisição de produtos da indústria nacional. O Executivo também anunciou a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo de 6% para 5,5%. Segundo os tucanos, faltam medidas estruturantes, capazes de contribuir para o desenvolvimento econômico a longo prazo.
Para Mendes Thame, líder da Minoria na Câmara, a atual gestão lança um pacote atrás do outro em vez de adotar uma política consistente. “O que vemos é um conjunto de pacotes, vai empacotando a economia com coisas pontuais e remendos. Mostra que não há uma sequência, uma medida de caráter linear, que possa alavancar a área como um todo”, declarou nesta quinta-feira (28).
Conforme destacou, o estímulo para comprar objetos, máquinas e equipamentos feitos no Brasil é apenas uma possibilidade de beneficiar a produção local. “Não significa de fato uma melhora sustentável e permanente, que adviria se houvesse uma diminuição na carga tributária”, ressaltou.
“O governo fica fazendo remendos que têm muito pouco efeito. Essas mexidas que não projetam nada no médio e longo prazo não vão ter resultado. É mais um pacote que não vai dar em nada. Aliás, quais foram os resultados dos outros?”, questionou Colnago.
Hoje, o Banco Central (BC) reduziu a estimativa do crescimento da economia para o ano. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,5% para 2,5%. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse esperar um crescimento superior a 2,5% em 2012.
De acordo com os parlamentares, o Executivo deveria fazer investimentos no país e realizar a reforma tributária. Dos R$ 80 bilhões aprovados no Orçamento para investimentos em 2012, apenas R$ 16,7 bilhões foram executados até agora, segundo a Tendências Consultoria. Ou seja, um quinto do valor.
“A reforma tributária é uma das coisas mais importantes para esse país, tem que ser enfrentada e colocada na pauta. Temos que pensar em como diminuir o custo do Estado e gastar melhor os recursos públicos dos investimentos, tanto na área de infraestrutura e da educação. Isso sim pode mudar o país”, opinou Colnago.
“Não há necessidade de uma reforma tributária ampla, mas algo pontual no sentido de desonerar os alimentos da cesta básica do trabalhador e medicamentos, por exemplo. Dar um caráter social à tributação é algo que precisa ser incorporado ao cotidiano das pessoas”, pontuou Thame.
O líder da Minoria reforçou a necessidade de investimentos públicos no país. “Para isso o governo tem que diminuir seus gastos de custeio. É uma bola de neve, vai aumentando os gastos com pessoal e com a manutenção da máquina pública, que vai sendo paga por todos os brasileiros”, concluiu.
Do Portal do PSDB na Câmara