Em debate na CNBB, Serra mostra suas propostas e seus valores
Ele disse que o povo quer a verdade e justiça. “Chega de enganação”, afirmou.
Ele disse que o povo quer a verdade e justiça. “Chega de enganação”, afirmou.
Brasília (24) – Apresentando as melhores propostas para tornar o Brasil um país mais justo, com liberdade de expressão e de pensamento e economicamente sustentável, José Serra, candidato à presidência pela Coligação “O Brasil pode Mais”, participou na noite desta quinta-feira de debate entre os presidenciáveis organizado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e transmitido pela Rede Vida.
Plínio Arruda Sampaio (PSOL), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) também participaram do evento, que aconteceu no auditório da Universidade Católica em Brasília.
No primeiro bloco, Serra afirmou que compartilha dos princípios cristãos, tanto na vida pessoal quanto na vida pública. “Não sou cristão de véspera de eleição para angariar votos e esquecer no dia seguinte. Cristianismo é uma prática diária”.
Segundo o candidato, Jesus Cristo representa “a verdade e a justiça”. “O nosso povo também quer isso para a política para não termos tanta mentira e enganação”, disse. Para Serra, as grandes prioridades para o Brasil são a segurança e saúde, “que representam a vida”, e educação para todos, “que representa a vida e o futuro”.
Pré-Sal e o Brasil
Respondendo a questão dos jornalistas sobre a exploração do Pré-Sal, Serra lembrou que ele só dará frutos no final da década. O presidenciável é favorável à criação de um fundo com os recursos retirados da exploração do petróleo: “Esses rendimentos podem ser aplicados, principalmente, na área educacional e na criação de um fundo para os aposentados”.
A questão ambiental na exploração desse bem nacional é motivo de preocupação de José Serra. “Temos que ter um imenso cuidado para que cidades não sofram devastações imensas”, disse ao relembrar a catástrofe natural que ocorreu no Golfo do México no primeiro semestre deste ano.
Serra ressaltou, ainda, que é necessário calma para comercializar o Pré-Sal no mercado internacional para, segundo ele, “não darmos um tiro no pé”. Nenhum país na América Latina se saiu bem com a exploração do petróleo: “A Venezuela, que possui petróleo em abundância, tem um dos piores índices sociais do continente. É preciso tomar cuidado”.
Os jovens e as drogas
A criança e o jovem são questões vitais para o país. “Em relação à criança pequena, em idade pré-escolar, é fundamental investir em sua alimentação. Já para os jovens, é necessário trabalhar com a questão das drogas, do crack, passando mais recursos federais para as clínicas de reabilitação”, afirmou, ao lembrar que atualmente organizações sociais que prestam bom atendimento ao usuário de drogas não recebem nenhum auxílio do governo federal.
Segurança Pública
Na esteira das políticas públicas para o combate às drogas, Serra lembrou que vai criar o Ministério da Segurança Pública para, também, reforçar a vigilância nas fronteiras.
Intransigente defensor dos direitos humanos, citou que a “cultura da paz” é o objetivo em seu governo. “O Brasil fez uma campanha positiva no passado, a favor do desarmamento, fui favorável e perdi. Em São Paulo, como governador, chamei os movimentos sociais para trabalharmos juntos no combate à violência, como a instituição ‘Sou da Paz’.
Financiamento Público de Campanha
Serra colocou-se contra o financiamento público de campanha. Para ele, a medida não evitará o “financiamento paralelo”. “É necessário que se diminua o custo das campanhas eleitorais, que são muito caras. Sou favorável ao voto distrital, misto ou não, que vai facilitar ao eleitor conhecer melhor em quem está votando, dando força à sociedade”.
Além de defender a liberdade de manifestação de pensamento, o tucano afirmou que é contra a definição de cotas (sexo, cor, etnia) para cargos eletivos, mas favorável a participação popular nas questões essenciais à nação. “Sou contra certos tipos de plebiscitos, como nos casos do aborto e da pena de morte”.
No último bloco, José Serra respondeu a questão sobre o “papel do Estado para diminuir as desigualdades”. Segundo ele, são necessárias ações “a curto prazo” para combater as desigualdades e trabalhar pelos desamparados – crianças, aos jovens viciados em drogas, aos deficientes físicos e aos idosos.
“Vamos criar uma rede com mais de 50 centros de reabilitação de deficientes e apoiar comunidades terapêuticas para o tratamento dos dependentes de drogas”, afirmou. Para os idosos, o candidato disse que vai aumentar a aposentadoria do brasileiro e reafirmou a proposta de elevar o salário-mínimo para R$ 600.
Em suas considerações finais, ressaltou a importância de três religiosos em sua vida: o Padre Benedito, do Salesianos, com quem começou a se alfabetizar; Madre Tereza Cristina, que “me orientou muito”, e Dom Paulo Evaristo Arns, um “grande brasileiro, fundamental para tudo que fiz depois do exílio”, que assinou o Manifesto pela Democracia no ato de quarta-feira. Por último, convocou todos para, no dia 3 de outubro, votar 45. “Vamos juntos, dia 3 está aí e será o momento decisivo para todos nós”.