Em meio à crise, bancos brasileiros devem enfrentar desafio sem precedentes, avalia S&P
Brasília (DF) – Com a recessão instalada pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o sistema financeiro brasileiro deve enfrentar um desafio sem precedentes nos próximos anos. Segundo relatório divulgado nesta terça-feira (26) pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), se o quadro de retração econômica que toma conta do país se agravar e o volume de empréstimos tiver que ser reduzido de forma muito rápida, os bancos de varejo podem sofrer graves problemas. As informações são do jornal Correio Braziliense desta quarta (27).
De acordo com a S&P, como a chamada exposição de crédito às grandes empresas – quanto os bancos têm a receber desses clientes – é mais alta hoje do que no passado, o risco é maior do que o enfrentado em outros períodos de crise já vividos pelo Brasil.
Se a redução dessas posições, ou desalavancagem, no jargão do mercado, ocorrer muito rapidamente, os lucros das instituições podem ser comprometidos, principalmente para os bancos de pequeno porte.
“Se o risco de uma recessão mais persistente crescer, então há perigo de um processo de desalavancagem se tornar desorganizado e ocorrer muito rápido para os bancos buscarem contramedidas e sustentarem seus retornos”, afirmou o analista de crédito da S&P, Edgard Dias.
Ainda segundo a agência, as pressões sobre a qualidade dos ativos dos bancos brasileiros não mostram sinais de flexibilização nesse processo.
“Nos últimos três anos, grandes bancos públicos do Brasil têm sido os únicos que têm contribuído significativamente para o crescimento real do crédito no país. No entanto, essa capacidade tem diminuído rapidamente e o crescimento real do crédito para os bancos públicos, finalmente, tornou-se negativo em janeiro de 2016”, observou o relatório.
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