Em seu governo, Serra vai tirar a reforma política do papel
Ele anunciou mudanças para inibir a corrupção e fortalecer instituições partidárias
Ele anunciou mudanças para inibir a corrupção e fortalecer instituições partidárias
Brasília (13) – O candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, foi direto ao ponto ao falar sobre reforma política durante sabatina realizada nesta segunda-feira, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. “Eleito presidente, vou tomar a frente desse processo e comandar uma reforma ‘fatiada’ junto ao Congresso Nacional”, afirmou, para em seguida observar que “de outra forma, cria-se um monstrengo que só faz somar interesses contrários e nada anda”.
O voto distrital será programado já para a eleição de 2012, nas cidades onde há segundo turno. Essa é a primeira bandeira que pretende tornar realidade, assim que ocupar o cargo presidencial: “São Paulo, por exemplo, s eria dividido em 55 distritos. Isso vai reduzir o custo das campanhas – a corrupção também, por consequência – e fortalecer a democracia, porque o eleitor vai poder cobrar mais de perto de quem elegeu”, observou.
Serra defendeu, ainda, a eliminação dos recursos de marketing nas campanhas eleitorais, ficando a TV e o rádio limitados às falas do candidato, com suas propostas para o município, estado ou o país. “Esta também é uma maneira de reduzir os custos de campanha, nas quais hoje a TV é o item mais caro, além de impedir o surgimento de ‘candidatos- iogurte’, ‘candidatos-sabonete’ ou ‘candidatos-envelope fechado’, como se fossem um produto novo”, argumentou. Serra fez questão de ponderar que não defende o fim do horário eleitoral. “Defendo que os candidatos se apresentem como são”, frisou.
A importância dos debates numa eleição também foi ressaltada por Serra, que sugeriu à própria OAB que elabore uma proposta para reduzir, por exemplo, a atuação de partidos nanicos, que atuam hoje, em grande parte, como legendas de aluguel e dificultam a realização de debates pelas emissoras de televisão. Serra posicionou-se contra a reeleição e o financiamento público de campanha, mas se disse favorável à contribuição transparente para os partidos.