“Em termos de índices econômicos, 2016 é um ano perdido”, afirma Paulo Martins
Apesar do afastamento de Dilma Rousseff, os efeitos negativos da gestão petista nos indicadores econômicos do país ainda devem ser sentidos pelos brasileiros por mais algum tempo. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (16), o mercado espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tenha uma retração de 3,88% ao final deste ano. Como destaca matéria publicada pelo portal G1, caso a queda na atividade econômica do país de fato se concretize, será a primeira vez desde 1948 – ano em que se iniciou a série histórica do IBGE – que o PIB brasileiro cai por dois anos consecutivos (no ano passado, o recuo foi de 3,8%). Além disso, o eventual encolhimento de 3,88% seria o maior registrado no Brasil desde 1990.
As projeções negativas são, na avaliação do deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), parte de uma “herança direta” da gestão da petista. Segundo o tucano, pelo menos em relação aos indicadores econômicos, a situação colocada para o ano de 2016 não tem como ser revertida pelo governo de Michel Temer.
“Em termos de índices, 2016 é um ano perdido. Agora, o governo tem condições de emitir sinais para que a atividade volte minimamente, para que em 2017 a gente comece uma recuperação objetiva, apontada em índices, mas em 2016 o que resta é o governo resgatar essa confiança, essa vontade das pessoas em realizar, dando sinais de que vai cortar gastos, enxugar a máquina e destravar a economia”, analisou.
Inflação acima do teto
Ainda de acordo com o Boletim Focus, a inflação de 2016 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuou e 7%, acima do teto de 6,5% e muito distante do centro da meta estipulado para o ano, de 4,5%. Na visão de Paulo Martins, é preciso resgatar a confiança dos investidores para que a economia brasileira volte a ter estabilidade.
“É preciso ter um fator psicológico que torne as pessoas confiantes, para elas poderem gastar dinheiro, investir, ter expectativa de renda. O governo Michel Temer vai ter que resgatar tudo isso, o que não está difícil, ao contrário do que muita gente diz, eu entendo que é fácil, basta ter coragem de fazer o que tem que ser feito, que é privatizar, cortar gastos. Assim, as coisas voltam ao normal. Se não fizer isso, não vão voltar”, ressaltou o parlamentar.
O levantamento do Banco Central também revelou que, segundo especialistas do mercado financeiro, o dólar deve chegar a R$ 3,70 neste ano e R$ 3,90 em 2017. Além disso, a taxa de juros deve ficar em 13% ao ano em 2016 e 11,5% no ano que vem.