Escândalo na Casa Civil: Dilma era ministra quando tudo começou

Sérgio Guerra: “Quando Dilma diz que não conhece o caso, demonstra a sua falta de experiência para governar um país como o Brasil”.

Acompanhe - 17/09/2010

Sérgio Guerra lembra que Dilma e o PT dizem que ela ocupava o segundo cargo mais importante da República.

Brasília (17) – A demissão da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra coloca fermento na suspeita de participação da candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), no escândalo de tráfico de influência instalado no coração do segundo cargo mais importante da República, avalia o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Como noticia a imprensa, as denúncias de corrupção indicam que o esquema teria ocorrido no final do ano passado, quando a presidenciável ainda era a ministra da pasta.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que o esquema precisa ser apurado em toda sua extensão, com o nome dos envolvidos e de quem tinha conhecimento do caso. “Afinal, a central de favores, com contrato e taxa de sucesso, estava montada dentro do ministério enquanto Dilma Rousseff ainda era ministra. E, na medida em que ela diz que não conhece, demonstra, no mínimo, toda a sua falta de experiência para governar um país como o Brasil. Como o PT mesmo diz, Dilma ocupava o segundo cargo mais importante da República”, critica Guerra.

O escândalo de tráfico de influência na Casa Civil traz à tona ainda uma central de empregos que acomodava familiares de Erenice Guerra. De acordo com notícias veiculadas esta semana na imprensa, o irmão de Erenice, José Euricélio Alves Carvalho, ocupava cargo comissionado na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), com um salário de R$ 4.167. Antes, ele já tinha ocupado cargo em Fundação da Universidade de Brasília, com suspeita de irregularidades apontadas pela Controladoria-Geral da União.

Filho de Erenice, Israel também não teve dificuldade para alçar voos em órgãos do governo. Em 2006, ele foi contratado para ocupar o cargo de gerente técnico da Superintendência de Serviços Aéreos na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Até esta quinta-feira, quando foi exonerado, ele era funcionário fantasma da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap).

A atuação da família da ex-ministra é diversificada. Estende-se ainda ao setor privado. O empresário José Roberto Camargo Campos, marido da ministra, por exemplo, é sócio de Ércio Muniz, gerente da Eletronorte, em uma companhia de mineração. Porém, no setor privado, a família teve sucesso ao intermediar contratos com o governo federal.

A Folha de S. Paulo afirma que o “oito anos de incrustação petista na máquina pública foram suficientes para promover, além do conhecido loteamento fisiológico, a partidarização sem precedentes do Estado brasileiro”.

ESCÂNDALO NA CASA CIVIL

Nesta semana, a imprensa implodiu o esquema comandado pelo filho da ministra demitida, Israel Guerra. Israel intermediou contratos de R$ 84 milhões de uma empresa do setor aéreo com os Correios mediante uma “taxa de êxito” – um sinônimo para propina – de 5% sobre o valor do “negócio”.

A Capital Consultoria ofereceu ainda seus serviços a uma companhia do setor energético, que buscava um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  A Capital pedia em troca seis pagamentos mensais de R$ 40 mil, além da taxa de êxito. Os solicitantes se recusaram a aceitar as condições e o negócio não se concretizou.

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17/09/2010