Escândalos de corrupção demonstram frouxidão moral, diz Marisa

Em discurso no plenário do Senado, ela pregou o voto consciente

Acompanhe - 15/09/2010

Em discurso no plenário do Senado, ela pregou o voto consciente

A senadora Marisa Serrano citou os escândalos divulgados pela mídia recentemente para reclamar da frouxidão moral pela qual passa o país, durante seu discurso em plenário nesta quarta-feira.

Ela falou da quebra de sigilos fiscais pela Receita Federal, afirmando que isso é uma forma de invadir a privacidade das pessoas. “Ninguém tem o direito de saber quanto ganha e com o que gasta cada um. Isso é um desrespeito aos direitos e garantias individuais determinados pela nossa Constituição”, disse.

Marisa também destacou o suposto tráfico de influência na Casa Civil, em favor de familiares da Ministra-Chefe Erenice Guerra. Para ela, este novo escândalo precisa ser esclarecido antes das eleições.

A senadora lembrou também a corrupção no governo do Amapá. Onde havia um esquema de superfaturamento de contratos em mais de 2000%. “O que me entristece é ver o dinheiro da educação, principalmente, sendo desviado dessa forma. Até a merenda escolar entrou no esquema!”, lamentou.

Mato Grosso do Sul

A senadora tucana comentou também a situação de Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, onde praticamente toda a cúpula do governo municipal foi presa por envolvimento em fraudes em licitações e pagamento de propina. O prefeito, Ari Artuzi, está preso. 11 dos 12 vereadores estão sendo investigados.

Ela destacou também a corrupção do Incra-MS. O superintendente, servidores e líderes de movimentos sociais faziam especulação imobiliária com terras destinadas à reforma agrária.

Corrupção e voto

Marisa ressaltou que a corrupção acontece em todos os níveis de governo. “Eu citei municípios, governo estadual e governo federal. Estão todos metidos em falcatruas. É esse o exemplo que queremos dar? É isso que queremos para nossos filhos e netos?”, questionou.

“O dinheiro é para construir escolas, postos de saúde, garantir segurança, saneamento. Mas não, engordam-se contas pessoais, o dinheiro público passa a ser particular. É dessa frouxidão moral que estou falando”, afirmou indignada.

Para ela é preciso dar um basta na cultura do jeitinho e a “boa fase da economia não pode ser superior à qualidade moral do povo”.

A tucana lembrou que o presidente Fernando Henrique Cardoso estabilizou o país para permitir que Lula governasse com tranqüilidade e que agora, em nome do crescimento econômico o atual governo não pode agir de qualquer forma desrespeitando o povo sério e honesto.

A senadora pelo Mato Grosso do Sul destacou ainda que falta menos de três semanas para as eleições gerais. Ela afirmou que está na mão de cada cidadão decidir quem vai ocupar as cadeiras de comando da Nação. “Não use o argumento de que não quer ‘perder o voto’ e por isso vota nos primeiros das pesquisas eleitorais. Analise criteriosamente seus candidatos. Escolha seus representantes estudando a vida pregressa deles, veja se eles têm de fato condições morais e éticas para comandar o país, para estar no Legislativo e no Executivo”.

A tucana finalizou pedindo o voto consciente para evitar que tantas histórias de corrupção continuem ganhando destaque na mídia.

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15/09/2010