“Expectativa da nação é de que o Senado cumpra a sua parte”, diz tucano sobre processo de impeachment
Dalírio Beber (SC) avaliou que o retardamento do processo é prejudicial para o país, já que o Brasil tem hoje um semigoverno
Brasília (DF) – Após a celeridade dada pela Câmara na análise do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), indicou que deverá esperar até a semana que vem para instalar a comissão especial que irá analisar a matéria na Casa. Ainda assim, será mantido o prazo máximo, até o dia 11 de maio, para que o Senado vote pela admissibilidade ou não do processo.
Para o senador Dalírio Beber (PSDB-SC), é importante que o pedido de impeachment seja prontamente analisado, respeitados os trâmites legais.
“Não se pode querer velocidade maior do que o rito processual em vista, mas também não pode sofrer retardamentos desnecessários, para que a sociedade brasileira também acredite nas instituições. A Câmara fez o seu papel, e a expectativa hoje da nação brasileira é no sentido de que o Senado também faça, também cumpra a sua parte”, afirmou.
O tucano avaliou que o retardamento do processo é prejudicial para o país, já que o Brasil tem hoje um semigoverno, com a presidente Dilma sem credibilidade e força política, sem apoio do Congresso e com o seu governo envolvido em investigações e escândalos de corrupção.
“O que importa é nós termos uma decisão: sim ou não. Não estamos aqui torcendo pelo ‘quanto pior, melhor’, mas é necessário dar respostas claras. Acho que todos os senadores têm condições hoje de dizer se são a favor ou não da continuidade do processo de impeachment. Uma vez estabelecido, existe um rito normal, em que o Senado se torna uma Corte de julgamento. Tanto assim é que esse processo, a partir daí, passará a ser presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski”, destacou.
“Quanto mais celeridade, dentro do que estabelece o rito já devidamente analisado pelo próprio Supremo, melhor para todo mundo. A nação brasileira tem uma expectativa, e tem os seus olhos voltados para o Senado Federal, por isso é importante termos a celeridade necessária para uma tomada de decisão responsável”, completou o parlamentar.
Aprovado pela Câmara em votação histórica neste domingo (17/04), por ampla maioria dos deputados – 367 votos dos 342 necessários –, o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi entregue ao Senado nesta segunda-feira (18). O documento tem 36 volumes e 12.044 páginas. O próximo passo deverá ser a eleição da presidência e da relatoria da comissão especial. Caso o processo tenha o apoio da maioria dos senadores da Casa – 41 votos –, Dilma sofrerá um afastamento imediato de até 180 dias, até que a matéria seja julgada.