Falta disposição para atender trabalhadores, diz Antonio Ramalho
Presidente do Núcleo Sindical do PSDB acredita que as causas das centrais sindicais foram deixadas de lado por governos petistas
A decisão foi tomada nesta segunda-feira (17), após reunião em São Paulo. A única ausência foi a da Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central em âmbito nacional, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Para o presidente do Núcleo Sindical do PSDB e vice-presidente da Força Sindical, Antonio Ramalho, a falta de disposição do governo no atendimento aos trabalhadores e centrais sindicais vem desde o início da gestão petista. “O Lula manteve essa coisa de atender os sindicalistas e trabalhadores, mas fez muito pouco pela classe. Ele poderia ter discutido a redução da jornada de trabalho e aprovado a PEC da Moradia Digna, que institui 2% do arredado pela União e pelo menos 1% dos estados e municípios para a construção de casas para famílias de renda baixa. Além disso, vetou o fator previdenciário, que tinha sido aprovado no Congresso, e deixou os aposentados em uma situação desconfortável”, aponta.
O tucano acredita que o escasso contato entre governo e sindicalistas representa um mote para futuras greves, que poderão engrossar o prolongado período de paralisações vivido pelo país neste ano. “Essa foi a grande dificuldade da Dilma, e tende a aumentar ainda mais. Muito mais que do fazer greve, as pessoas vão começar a ir para as ruas, clamando pelos seus direitos. Os grandes empresários só têm medo quando a sociedade está organizada em praça pública. Derrubamos a ditadura com o povo na rua. Se não nos organizarmos para denunciar as corrupções do governo e da indústria, as condições de trabalho abusivas e um serviço público que não corresponde aos impostos que pagamos, vamos gerar uma crise que irá além da que já estamos vivendo”, completa.
Mobilização – Apesar de não ter participado da reunião, o presidente da CUT, Vagner Freitas, referendou uma nota emitida no encontro que defende uma “ampla mobilização social” em 2013. O texto também condena o “sucateamento do Ministério do Trabalho” e “a falta de disposição do governo e da presidenta Dilma para negociar a agenda desenvolvimentista da classe trabalhadora, o que ocorre em notório contraste com o tratamento VIP dispensado aos representantes do capital”.