Farra da “quarentena”: Mais de cem ex-funcionários do governo Dilma querem manter salários por seis meses
O Tribunal de Contas da União (TCU) vai fiscalizar, em regime de urgência, todos os 108 pedidos de quarentena de ex-funcionários públicos do governo Dilma Rousseff feitos à Comissão de Ética Pública da Presidência da República nas últimas semanas. A decisão foi tomada pelo plenário da Corte após sugestão do ministro Walton Rodrigues, que manifestou preocupação com o “expressivo crescimento” do número de pedidos. Na quarentena, os servidores ficam impedidos de trabalhar na iniciativa privada por seis meses para evitar conflitos de interesse, mas mantém o salário integral que recebiam do governo federal.
O objetivo é verificar a legalidade e a legitimidade das concessões que têm sido feitas a ex-ministros e autoridades que deixaram o governo da presidenta afastada.
O deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA) lembrou que a quarentena foi feita para casos “excepcionalíssimos” e para pessoas que tenham o conhecimento de assuntos sigilosos do governo – por isso não seria conveniente para o Estado brasileiro que elas voltassem ao mercado de trabalho. “A quarentena é para preservar o interesse do Estado. Esse abuso é a visão distorcida de que a quarentena é um seguro-desemprego. Estão confundindo com seguro-desemprego, baseado no interesse do próprio indivíduo para preservar o salário, o que não leva em conta o interesse do Estado brasileiro. É uma visão distorcida e patrimonialista”, ressaltou o tucano.
O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Antonio Imbassahy (BA), também criticou a farra de concessões “às custas dos brasileiros”, autorizada pelo presidente a CGU (Controladoria Geral da União), Luiz Navarro – nomeado pela presidente Dilma Rousseff um dia antes dela ser afastada do cargo pelo Senado. “Doze quarentenas já foram autorizadas – ministros e auxiliares da presidente afastada. O salário integral de um ministro beira os R$ 30 mil. Tudo por conta do contribuinte”, destacou o parlamentar em sua página no Facebook.
De acordo com o jornal Extra desta quarta-feira (25), entre os beneficiados estão os ex-ministros Aloizio Mercadante (Educação), Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e o próprio Luiz Navarro. Também estão na lista o petista Éden Valadares Santos (ex-chefe de gabinete da Presidência e ligado ao ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner) e Asdrúbal Figueiró (ex-diretor da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC).
Clique aqui para ler a íntegra da matéria.