FHC defende políticas de incentivo à redução de consumo de drogas
Sobre as operações no Rio, ele considerou importantes mas ainda insuficientes no combate ao tráfico
Sobre as operações no Rio, ele considerou importantes mas ainda insuficientes no combate ao tráfico
Brasília (01) – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou as operações policiais e militares realizadas no Rio de Janeiro, como um “passo importante”, mas insuficiente no combate ao tráfico de drogas. FHC defendeu uma política de redução do consumo de drogas, como ocorre em países desenvolvidos.
“Foi um passo importante, mas insuficiente. Ou se entende que é preciso reduzir o consumo, ou tráfico continuará sendo financeiramente atrativo”, disse, hoje, o ex-presidente à rádio CBN.
“Falta muita coisa no Brasil. Na questão da droga, o Rio de Janeiro está combatendo o tráfico, a violência, o assassinato, a lei por conta própria. Isso tudo tem que acabar, mas não resolve o consumo de drogas – o essencial nessa discussão. Para combater o consumo de drogas, precisamos de outras políticas”, afirmou.
De acordo com o ex-presidente, é preciso implantar uma política de tratamento de saúde para os usuários, caso contrário a o problema volta. “A recuperação do território é importante, mas não resolve o problema do consumo da droga”, ponderou. Ele acrescentou ser necessária uma revisão na legislação penal brasileira. “No conjunto, os mecanismos que existem para postergar decisão, e para soltar presos perigosos no Brasil são uma coisa espantosa”, disse.
Na mesma entrevista, FHC defendeu uma cooperação entre os países que fazem fronteira com o Brasil. “É preciso haver uma relação entre os governos do Brasil e da Bolívia para controlar o contrabando. A questão do contrabando da fronteira é forte; não só de drogas como de arma”.
Ao ser questionado sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que o sucessor só não fez mais pelo Brasil porque a situação econômica não o ajudou, Fernando Henrique ironizou: “Ele (Lula) voltou a pisar no real, meu Deus? Não no Real, moeda, mas na realidade. Ele ainda nem é ex-presidente e já está mais sensato”, comemorou.