Formação médica: Cássio quer fim do balcão de negócios
Brasília – A qualidade dos médicos que estão sendo formados pelas faculdades no Brasil alertou o Conselho Federal de Medicina. Reportagem exibida pelo Fantástico, neste domingo (23), revelou que o órgão fez um levantamento inédito em diversas escolas e descobriu que elas viraram um balcão de negócios.
O Fantástico percorreu o país e encontrou escolas sem nenhuma estrutura para formar um médico. A matéria mostra estudantes atendendo pacientes sozinhos e sem a supervisão de professores. A qualidade do ensino que deveria ser o objetivo principal dessas faculdades ficou em segundo plano.
Médicos mais preparados
Preocupado em aperfeiçoar a qualidade ética e o preparo técnico dos recém-formados nas faculdades de Medicina no Brasil, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), apresentou, no mês de maio, projeto de lei (PLS 312/2015) para garantir o acesso ao mercado de trabalho de médicos mais preparados.
A proposta do senador prevê que o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão fiscalizador da profissão, supervisione a avaliação dos cursos.
“O desenfreado crescimento das escolas de Medicina contribui para que muitas tenham uma qualidade bastante questionável. Por isso, a atuação direta do Conselho de Medicina irá contribuir para que o exame de avaliação cumpra com sua finalidade: garantir a oferta de médicos qualificados à sociedade brasileira”, afirmou Cássio.
Apreciação do INEP
Na justificativa do projeto, o senador explicou que, atualmente, o órgão responsável por avaliar, a cada dois anos, o curso de Medicina é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), uma autarquia federal vinculada ao Ministério de Educação (MEC), cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro.
De acordo com a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, que instituiu o Programa Mais Médicos e que deve ser implementada no prazo de dois anos, o Inep terá que analisar as escolas de Medicina com instrumentos e métodos que avaliem conhecimentos, habilidades e atitudes.
Cássio alertou, porém, que, até o momento, o Inep não adotou tais medidas regulatórias para viabilizar essa avaliação nacional. “É preciso que esse exame conte com algum controle externo, tanto para garantir a sua realização quanto para conferir a sua capacidade de avaliar os futuros profissionais”, defende o senador.
O projeto de Cássio Cunha Lima está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) onde aguarda o recebimento de emendas.
Da Liderança do PSDB no Senado