Gentileza: Maranhão travou impeachment após receber R$ 105 milhões em emendas
Brasília (DF) – Nos últimos dias antes de ser afastada da Presidência da República, Dilma Rousseff liberou um total de R$ 105 milhões em emendas parlamentares apresentadas pelo presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA). Como retribuição ao presente milionário da petista, Maranhão pediu, no último dia 9, a anulação da aprovação do processo de impeachment na Câmara. A decisão, porém, não foi acatada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e a petista acabou posteriormente sendo afastada pela Casa.
As informações são da coluna do jornalista Lauro Jardim no jornal O Globo desta terça-feira (17). De acordo com a publicação, o valor total liberado por Dilma foi empenhado, mas não ainda executado. Segundo Jardim, os empenhos devem ser cancelados no governo do presidente em exercício Michel Temer.
Para o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), as afirmações, se confirmadas, são “gravíssimas” e põem em xeque a idoneidade das ações de Maranhão. “Uma coisa é ter feito um ato baseado nas convicções que ele tem, outra coisa é ter motivações por trás baseadas em benefícios individuais. Se de fato isso tiver acontecido e for comprovado, é algo que depõe inclusive contra a permanência dele dentro do parlamento, tanto na cadeira de deputado quanto na condição de presidente interino da Casa”, afirmou.
O tucano reiterou ainda a importância da rapidez na apuração dos fatos apontados pela coluna. “Temos que tomar muito cuidado com o que está acontecendo. Se isso tiver sido feito de maneira desproporcional, com intenções maléficas e fora da condição natural do processo democrático, obviamente temos que não só cancelar, mas punir, pois é uma tentativa de usar o poder para benefício individual”, disse.