Governo compensa reajuste no IR com aumento de impostos para a população

Acompanhe - 06/05/2016

Hand checking financial reportPara compensar a proposta populista que reajusta em 5% a tabela do Imposto de Renda, encaminhada ao Congresso nesta sexta-feira (6), a presidente Dilma Rousseff decidiu penalizar vários outros setores ao apresentar um projeto que aumenta os impostos para doações e heranças, para empresas que adotam os sistemas do lucro presumido e do Simples Nacional, e também para direito de imagens e voz, além de reduzir benefícios fiscais dados a empresas do setor químico.

Com as medidas, o governo pretende recuperar os mais de R$ 5 bilhões que deixarão de ser arrecadados com a correção do IR, segundo informações de matéria publicada pelo jornal O Globo. Na avaliação do deputado federal Paulo Martins (PSDB-PR), isso deveria ser feito por meio da redução dos gastos da máquina pública, e não penalizando outros brasileiros.

“É mais uma medida de enganação. O governo faz essa correção para tentar vender como uma bondade, mas a parte dele, que é reduzir os seus custos, o seu tamanho, para que ele não avance mais sobre o dinheiro da população, ele não faz”, criticou o parlamentar. “Eles tentam cobrar mais daqueles que não têm voz, que não estão organizados para acusar o governo do que estão fazendo, e jogar com propaganda para aqueles que mal têm compreensão do que está acontecendo. É o PT sendo o PT”, completou.

Paulo Martins também destacou que, diante da iminência do afastamento de Dilma, o anúncio de medidas onerosas aos cofres públicos – além da correção do IR, a petista também reajustou o Bolsa Família e deve fazer um aumento salarial diferenciado aos auditores da Receita Federal – é uma maneira de prejudicar o futuro governo que assumirá o país.

“É uma forma de vingança. Nesse momento, eles estão agindo no ‘quanto pior, melhor’. Sempre acusaram a oposição de fazer isso, quando na verdade são eles que fazem. Estão armando uma bomba porque o PT não entende como legítimo a existência de outra força política, logo o que ele puder fazer de mal, ele vai fazer. Eles estão, por enquanto, fazendo isso ainda dentro da lei, é absurdo mas é dentro [da lei], mas eles farão atitudes mais extremas”, ressaltou o tucano.

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06/05/2016