Governo de Minas esconde pagamento de jetons e supersalários de secretários
Para o governo do petista Fernando Pimentel, em Minas Gerais, o termo “transparência” parece ter algum outro significado. Depois de deixar os salários dos servidores desatualizados no Portal da Transparência por dois meses, o governo agora mantém fora da prestação de contas os valores dos jetons de seus secretários. Os salários de novembro deveriam ser publicados até o último dia útil do mês de dezembro, e os de dezembro, até o último dia útil de janeiro – o que não aconteceu.
Agora, em fevereiro, o portal foi novamente atualizado, mas desta vez, com uma novidade: quem consulta o nome dos secretários e funcionários do alto escalão do governo não mais consegue visualizar o pagamento de jetons, que são os valores pagos por participação em conselhos.
Para encontrar os valores pagos a título de jetons é necessário baixar uma planilha com nada menos do que 373.240 linhas, e a procurar cada secretário no meio desta lista. O desaparecimento das informações coincide justamente com o pagamento recorde para o secretário de Planejamento e Gestão Helvécio Magalhães, responsável por conter o déficit do estado e gerenciar a folha de pagamento dos servidores, que vem sendo paga de maneira parcelada e com atrasos.
Apenas pela participação no conselho do BDMG, o secretário recebeu em dezembro R$ 27.600,00, valor que excede o valor recebido em abril pela participação neste mesmo conselho em 186%. No total, somados os vencimentos do secretário no estado e na Prefeitura de Belo Horizonte, Magalhães recebeu mais de R$90 mil líquidos em dezembro.
Chama também atenção os salários do outro secretário responsável por gerenciar as contas do Estado, José Afonso Bicalho, secretário de Fazenda, que no mês de dezembro recebeu um total de R$ 41.239.08.
“O nosso bloco de oposição na Assembleia Legislativa vem denunciando desde o ano passado o abuso cometido pelos companheiros do PT à frente do governo. Enquanto os servidores sofrem com o atraso e parcelamento de salários, os secretários responsáveis pela gestão das contas do estado recebem salários astronômicos. O que o secretário Helvécio recebeu apenas no mês de dezembro corresponde a 4 anos de salários de um professor, ou 2 anos de salário de um policial”, afirma o líder da Minoria na Assembleia Legislativa, deputado Gustavo Valadares (PSDB).