“Governo Dilma errou na política de ajuste fiscal”, afirma José Serra

Acompanhe - 17/09/2015

jose serra foto Gerdan WesleyBrasília (DF) – O senador e ex-governador de São Paulo José Serra afirmou, nesta quinta-feira (17/9) em Brasília, que o governo da presidente Dilma Rousseff errou em suas recentes medidas de ajuste fiscal. O tucano participou do seminário “Caminhos para o Brasil”, promovido pelo PSDB e pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV) para debater alternativas para a crise econômica.

“Na política de ajuste eles erraram. Primeiro, fixaram metas no início do ano, sem saber o que tinha acontecido no ano passado. Supuseram que o superávit seria de 0,8%. A expectativa caiu para 0,2%, 0,6% de diferença. Supuseram que a receita real fosse crescer 7,5%. Tem erros de beabá de economia”, disse.

O tucano criticou o aumento de juros, que “custou R$ 50 bilhões só no governo Dilma” e que leva “ao aumento de câmbio e mais inflação”. Ele acrescentou também que a má alocação dos recursos é um ponto crucial para se entender o estado da economia brasileira. “O problema não é dinheiro. Pode-se duplicar os 6% do Produto Interno Bruto (PIB) reservados à educação, que não vai resolver. Os problemas são de outra natureza”, considerou.

Crescimento lento

Para Serra, uma das maiores frustrações do atual sistema econômico é a lentidão do crescimento. Entre 1985 e 2015, por exemplo, o PIB aumentou 40%, ou seja, cresceu 1,4%. No mesmo período, a China cresceu dez vezes mais por habitante, e a Coreia do Sul, quatro vezes.

“Se tivéssemos um governo com legitimidade e coragem, seria um governo que entraria com crédito de confiança, com um câmbio desvalorizado. Não há crise cambial. Temos reservas muito além do que seria necessário, mas com um custo fiscal imenso”, disse.

O senador destacou ainda a importância dos acordos comerciais para melhorar a situação econômica do país. “Em treze anos de governo petista, os únicos acordos bilaterais de comércio que o Brasil fez foram com Israel, Palestina e Egito. Ainda há muito terreno pela frente, para efeitos de redução da dívida do país”, completou.

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17/09/2015