Governo Dilma: insistência em gastar pode levar a novo rebaixamento de bom pagador

Acompanhe - 26/03/2016

bovespa_FOTO EBCA insistência da presidente Dilma Rousseff em aumentar os gastos públicos e o rombo nas despesas do país não foi bem recebida pela Moody’s. A agência de riscos, que rebaixou o Brasil em fevereiro, chamou atenção, nesta sexta-feira (25), para a “severa contração” econômica do Brasil – já considerada como a pior recessão em curso por dois anos consecutivos desde 1901.

Para a Moody’s, as crises econômicas, políticas e a tentativa de ter o aval do Congresso Nacional para aumentar o rombo nas suas contas neste ano, passando o déficit primário de R$ 60,2 bilhões para R$ 96,65 bilhões, pressionam a avaliação da nota do país, que pode sofrer novo rebaixamento.

De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo deste sábado (26), o vice-presidente e analista sênior da agência, Samar Maziad, afirmou que a dinâmica de crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos, aumentando a pressão sobre a política fiscal no Brasil e a expectativa é de que as taxas de juros devem permanecer elevadas em termos reais, tornando a dívida menos barata. “A classificação de crédito do país também está sob pressão dos altos níveis de gastos obrigatórios do governo”, diz o relatório, ressaltando ainda o corte de investimentos da Petrobras.

A reportagem do Estadão lembra que, no fim de fevereiro, a agência já havia retirado o selo de bom pagador internacional do Brasil ao rebaixar o rating do país em dois degraus, indicando que novos cortes poderiam vir a mudar a perspectiva da nota para negativa diante do ambiente econômico e político desfavorável no governo Dilma. Com isso, a nota de crédito do país passou de Baa3 para Ba2. A agência foi a última das grandes a rebaixar o grau de investimento brasileiro, após Standard & Poor’s e Fitch terem feito no ano passado.

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26/03/2016