Governo do PT não deu prioridade aos trabalhadores nas obras do PAC
Para deputado do PSDB, governo precisa oferecer condições de trabalho dignas para encerrar paralisações
Para deputado do PSDB, governo precisa oferecer condições de trabalho dignas para encerrar paralisações
Brasília (31) – As paralisações nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como o caso das usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio, em Rondônia, mostram que o governo pensou de maneira secundária nos trabalhadores nestes empreendimentos. A afirmação é do deputado Luiz Fernando Machado (SP) para quem a situação dos operários nestas obras é “degradante”.
Iniciadas em empreendimento do programa que é considerado um dos mais importantes do governo do PT, o movimento já chegou a canteiros de obras privadas e, segundo análise do sociólogo Adalberto Cardoso em entrevista ao jornal O Globo, todos são “ambientes explosivos”. Cardoso, que é do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), considera que o problema é conseqüente da falta de um canal institucional que chamasse a atenção para a reclamação dos trabalhadores.
No caso das obras do PAC, o deputado diz que a situação só poderá ser totalmente resolvida quando o governo do PT oferecer as condições de trabalho dignas para todos os trabalhadores que estão nestes canteiros. Segundo ele, a partir do momento em que colocou as obras do PAC e as usinas como prioridade, o governo não deu não pensou nos trabalhadores e suas condições de trabalho. “Isso levou ao início dos empreendimentos sem uma estrutura digna para os operários, deixando-os em condições desumanas nesses canteiros de obras”, destacou.
Integrante da Comissão de Trabalho da Câmara, Machado diz que a situação só será resolvida “quando o Planalto não fizer só discurso, mas tomar ações práticas e priorizar esses trabalhadores que entregam suas vidas e sacrificam suas famílias para poder servir ao Brasil na construção de grandes hidrelétricas”.
Em declaração publicada nesta quinta-feira, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) compara as paralisações e revolta dos operários à onda de rebeliões que estão acontecendo em países árabes. “Parece até o mundo árabe. Os trabalhadores não agüentaram mais e partiram para um dia de fúria”.