Governo federal corta verbas para creches e pré-escolas
Em seu primeiro discurso em 2015, após ser reeleita como presidente da República, Dilma anunciou que o lema de seu segundo mandato seria “Brasil, pátria educadora”. Pouco mais de um ano depois e três meses depois, as decisões tomadas pela petista demonstram que a realidade está muito distante das promessas feitas. Os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados ao Ministério da Educação (MEC) – uma das principais fontes para a construção de creches e pré-escolas – caíram drasticamente para 2016. De acordo com informações de reportagem do jornal O Globo publicada neste sábado (12), após o valor passar dos R$ 7,1 bilhões aprovados na lei orçamentária de 2015 para apenas R$ 1,3 bilhão – uma queda de 81% – o governo fez novas reduções e somente R$ 623 milhões serão destinados ao programa.
A escassez de recursos faz com que a meta estipulada pelo governo Dilma de entregar seis mil creches em todo o país fique praticamente inviabilizada. Desde 2011, apenas 3.089 unidades foram construídas, pouco mais da metade do número prometido.
A reportagem destaca que, para universalizar o acesso das crianças de 4 e 5 à pré-escola neste ano – meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE) – será preciso levar 700 mil crianças às salas de aula, número muito elevado para os valores disponibilizados. O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, lamentou o descaso do governo com a educação.
“As pesquisas mais recentes, no Brasil e no mundo, mostram que creche de qualidade é essencial para o desenvolvimento da criança, não só cognitivo mas também psicológico e afetivo. Uma matrícula em creche tem um custo médio anual de R$ 4 mil. Isto no sistema atual, que não tem infraestrutura adequada, nem valoriza o profissional. O problema é ainda pior porque falta vaga. Tem que gastar muito mais. O Brasil tem que escolher o que quer, e não está valorizando a educação”, analisou.
