“Governo propôs a CPI para perseguir o PSDB”, afirma Domingos Sávio
O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), integrante da CPI do Cachoeira, concedeu entrevista à TV PSDB em que avaliou os trabalhos da comissão. O parlamentar afirmou que o governo federal imaginou a CPI como um espaço de produção de denúncias contra o PSDB e que o Planalto não contava com a “descoberta” da relevância da construtora Delta.
Brasília – O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), integrante da CPI do Cachoeira, concedeu entrevista à TV PSDB em que avaliou os trabalhos da comissão. O parlamentar afirmou que o governo federal imaginou a CPI como um espaço de produção de denúncias contra o PSDB e que o Planalto não contava com a “descoberta” da relevância da construtora Delta.
Assista ao vídeo:
Leia a transcrição da fala do parlamentar:
A CPI da perseguição
Na CPMI do Cachoeira, já ocorreu um fato inusitado. Quem propôs a CPMI foi o governo, foi o PT. E logo no início ficou evidente que o PT queria se aproveitar de uma operação feita pela Polícia Federal em um estado governado pelo PSDB para tentar prejudicar o PSDB. Para tentar vincular o PSDB com as atividades irregulares do Sr. Carlinhos Cachoeira. Isso ficou evidente nos primeiros momentos, nas primeiras semanas, com a iniciativa do relator e dos membros do PT em metralhar, em agredir, e inclusive fazendo uma série de alusões, de leviandades, tentando vincular o PSDB à estrutura do Carlinhos Cachoeira.
Tentativa de Manipulação
Nós temos de forma muito firme cobrado uma posição de imparcialidade, que é dever, não só de quem está na presidência e na relatoria, mas de todos os membros da CPI. O membro da CPI é investido de uma condição de juiz, ele é investido e é equiparado ao Poder Judiciário, em alguns aspectos. Ele é equiparado à Polícia Judiciária, quando passa a ter poder de investigar, de fazer diligências, e finalmente, de concluir através de um relatório se ele entende que há culpa ou inocência. Portanto, essa é uma atividade que não pode ser partidária. A atividade de julgar não pode ser partidária, e infelizmente, o governo deu mostras o tempo todo de tentar manipular a CPI. E agora ele continua insistindo em impedir que a CPI investigue as relações da Delta com o próprio governo federal, investigue as empresas fantasmas, tem adiado a aprovação da quebra de sigilo das empresas fantasmas. Portanto, nós vimos que o governo propôs a CPI para perseguir o PSDB.
Tiro pela culatra
Com o passar do tempo, ficou evidente esse propósito perseguidor e ficou evidente que não tinha fundamento, não tinha nenhuma base. O que o governo talvez não esperasse é que a CPMI descobrisse uma vinculação muito forte do Carlinhos Cachoeira com empresas, várias delas empresas fantasmas, e com a maior prestadora de serviços do governo federal, a maior empresa do PAC: a Delta Engenharia. Portanto, após dois meses essa CPMI, primeiro, confirmou o que a própria Polícia Federal já tinha trabalhado e já tinha provas robustas da atividade criminosa do Sr. Carlinhos Cachoeira, mas o mais importante é o envolvimento do Sr. Carlinhos Cachoeira com a estrutura pública, e não é, seguramente, com o governo de Goiás, o alvo que o PT queria atingir. É sim com a Delta Engenharia, é sim com grandes obras do governo federal, é sim com o DNIT e é preciso que isso seja apurado.
Superada a disputa partidária, a CPMI agora começa a de fato poder produzir algum benefício para o país, ao apurar a corrupção envolvendo empreiteiras e o governo federal, ou mesmo governos estaduais e municipais. Isso é algo que o país precisa investigar a fundo. Esse conluio entre empreiteiras e maus políticos precisa ser varrido, precisa ser sanado, sob pena de nossa democracia estar ferida de morte.
Atuação da oposição
Nós do PSDB somos uma minoria numérica que chega a ser, em um primeiro momento, de uma disparidade que nos coloca quase que numa condição de mera resistência, nem de oposição. Mas temos sido uma resistência firme, uma resistência corajosa, uma resistência que tem trabalhado com a verdade, com a ética, e temos trabalhado muito.
Relatório paralelo
Em alguns momentos, nós vimos de maneira clara que havia partidarização na condução, especialmente das perguntas feitas pelo relator. Nós assistimos algumas declarações em que o relator já manifestava a sua conclusão sobre este ou aquele tema, envolvendo especialmente figuras do PSDB. Nós não vimos a mesma disposição em nenhum momento, quando foi investigado o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Nós não vimos a mesma disposição quando ficou evidente o envolvimento da Delta com o governo federal. Portanto, quando o relator manifesta em algumas entrevistas um possível direcionamento em cima do PSDB, nós temos que estar atentos para que, se necessário for, apresentar ao país uma alternativa de relatório. Porque o relatório não pertence ao relator. O relatório deve ser fruto de um debate e, principalmente, dos fatos apurados. O relatório deve traduzir a verdade e aquilo que efetivamente foi comprovado. E especialmente, ele deve ser resultado da votação de todos.
Cobranças da população
É incrível como o brasileiro está atento. Ao contrário do que dizem, o povo tem sabedoria sim. O povo acompanha de perto o trabalho dos homens públicos e cobra mudanças. Especialmente, eu percebo claramente um clamor para que haja um combate firme à corrupção no Brasil. O povo sabe que dinheiro desviado pelos corruptos, que facilitaram licitações fraudulentas do DNIT, do Governo Federal, beneficiando a Delta, medições fraudulentas, esse dinheiro roubado do povo foi parar em empresas fantasmas. O povo sabe que esse dinheiro faz falta nas creches, faz falta nas escolas, faz falta na saúde, que está um caos, na segurança pública. A corrupção é um câncer e quem morre com isso é o cidadão, que não tem culpa nenhuma, que não levou vantagem nenhuma, que só pagou seus impostos, que suou a camisa por um país melhor.