“Governo tem que ter um olhar permanente e estar em sintonia com a sociedade”, diz José Aníbal
Brasília (DF) – Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quarta-feira (25), o senador José Aníbal (SP), que assumiu no Congresso a vaga do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, avaliou que o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) precisa entrar em sintonia com a população que quer mudanças. Para o tucano, que é o presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), a situação do país hoje é desafiadora, e é preciso tomar atitudes que, mesmo sem serem bem recebidas, são necessárias.
“A situação do Brasil é extraordinariamente grave e desafiadora. A oportunidade que se tem hoje de fazer um processo de recuperação é muito objetiva”, afirmou. “Hoje, no Brasil, a combustão espontânea está posta. Os brasileiros estão desejosos por mudança. O governo tem que ter um olhar permanente e estar em sintonia com a sociedade, mesmo quando tenha de tomar atitudes que não serão bem recebidas, mas necessárias. E tem de dar sinais claros de que está atuando para que o ambiente econômico estimule a recuperação”, disse ao jornal.
O parlamentar acrescentou que as mudanças devem vir depressa, de forma a evitar que o instável ambiente político brasileiro entre em erupção mais uma vez. “Se daqui a três ou quatro meses não tivermos um ambiente diferenciado no Brasil, certamente a combustão espontânea pode vir. Não queremos isso, ninguém quer isso. Nem mesmo os petistas que estão mais exaltados podem querer isso”, destacou.
“Do mesmo modo que a combustão espontânea nos fez avançar muito, ela nos preocupa. Foi ela a responsável pela saída da Dilma, não fomos nós, os partidos”, considerou.
Lava Jato
O senador José Aníbal reiterou o seu apoio às investigações da Operação Lava Jato, que para ele, virou “uma instituição no Brasil”.
“A operação tem a confiança da grande maioria dos brasileiros e é referência de uma busca por uma política mais coerente, transparente e íntegra”, apontou. “Nem o Judiciário, nem o Supremo Tribunal Federal, nem Polícia Federal, os procuradores e o [juiz Sérgio] Moro vão se submeter a qualquer tipo de pressão e constrangimento”, completou o tucano.
Leia AQUI a íntegra da entrevista da Folha de S. Paulo.