Governo Temer apoiará projeto de Serra que acaba com exclusividade da Petrobras no pré-sal, afirma Eliseu Padilha

Para o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), projeto “coloca o país em condições de retomar investimentos” na área

Acompanhe - 23/05/2016

petrobras_predio_rioO governo do presidente em exercício Michel Temer apoiará o projeto que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras ser a única operadora do pré-sal. A proposta é de autoria de José Serra, ministro das Relações Exteriores, e foi elaborada por ele quando exercia mandato de senador. A afirmação foi feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (23), o peemedebista destacou os investimentos que podem ser feitos por empresas privadas como o principal motivo para defender a proposta.

“O momento exige do governo a máxima sensibilidade para trazer de volta e estimular as parcerias com o setor privado. Neste caso, a atividade pode perfeitamente ser partilhada com o setor privado, sem excluir a preferência da Petrobras. Mas é possível partilhar com o setor privado. O governo vê a possibilidade de geração de emprego, renda e aumento”, argumentou Padilha.

Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), a posição do ministro da Casa Civil é natural, já que o projeto de Serra já havia sido elogiado até mesmo por integrantes do governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

“É uma proposta madura, republicana, que não teve apenas o aval do PSDB. O próprio ministro de Minas e Energia da presidente Dilma e lideranças do seu governo compreendiam que essa exclusividade, obrigando a Petrobras a participar de todos os leilões, fazia mal para o país e para a Petrobras. É natural que a proposta seja abraçada pelo governo Temer porque ela destrava os leilões do pré-sal, coloca o país em condições de retomar investimentos nessa área, sem nenhum prejuízo para o país, e deixando a Petrobras com a prerrogativa de preferência”, apontou o tucano.

Domingos Sávio também destacou que a proposta de José Serra, aprovada no Senado no fim de fevereiro, não muda em nada os investimentos destinados à população brasileira com os recursos originados da exploração do pré-sal.

“Não é justo que você deixe o país travado porque esta empresa pública está sem capacidade de investimento. É razoável que outros que podem investir o façam, e quem vai ganhar com isso é o país, porque os royalties continuarão os mesmos, a partilha continuará a mesma, a educação continuará recebendo da mesma forma, e inclusive a saúde, que terá uma fatia, tudo da forma como a lei foi aprovada, a atual lei que regulamenta a matéria. A única diferença é que você não fica na dependência exclusiva da Petrobras para ter êxito ou não em um leilão”, avaliou o parlamentar mineiro.

Déficit bilionário

Na entrevista ao Valor, Padilha também avaliou, dentre outros assuntos, o rombo fiscal de R$ 170,5 bilhões que o governo Dilma deixou para o país neste ano. O ministro da Casa Civil ressaltou que o déficit é uma “dificuldade”, mas que tem “certeza” de que a população entenderá as medidas que serão adotadas para normalizar a situação das contas do país. Para Domingos Sávio, por mais dura que seja a divulgação do rombo recorde, ela é preferível às maquiagens feitas pelo governo petista.

“O importante é que o país seja governado com a verdade sendo dita. Embora seja uma notícia terrível você constatar que tem um rombo de R$ 170 bilhões nas contas, é preferível você conviver com a verdade – que aí você pelo menos adota os remédios adequados – do que viver no país do faz de conta e das mentiras do PT, que ano após ano dizia que ia fechar com superávit, maquiava as contas, o que no final das contas levou o país a esse atoleiro todo. É triste a notícia, mas isso não piora a situação do Brasil, apenas estabelece o retrato verdadeiro da realidade triste que nós vivemos”, encerrou o deputado.

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23/05/2016